A sua experiência na internet está recheada pelo uso das APIs. É esse conceito que te ajuda a comparar preços de passagens, processar pagamentos de cartão, embutir o mapa da sua loja no site, usar chatbots etc.
O uso de APIs faz parte do cotidiano de todas as pessoas conectadas digitalmente, permitindo executar tarefas de forma mais simples, agilizando tempo e reduzindo custos.
Mas o que é API e por quê isso lhe diz respeito? No post de hoje, traçaremos um panorama sobre APIs, o que são, como funcionam, quais são os tipos e como são usadas na prática. Preparado?
O que é API e como ela funciona?
API é um acrônimo para Application Programming Interface. Uma API é um intermediário entre duas aplicações que se comunicam, ou seja, metaforicamente, uma API funciona como uma porta com tranca. Para passar por ela, é preciso conhecer o segredo da tranca.
Em termos mais técnicos, uma API é um conjunto de requisições e regulamentos que, quando são cumpridos, garantem acesso ao sistema.
Imagine uma mesa de bar onde você se senta e pede ao garçom o cardápio. O cardápio do bar funciona como uma API, pois ela contém um conjunto de requisições e regulamentos para fazer pedidos.
As requisições são as listas de drinques disponíveis naquele bar e os regulamentos dizem que somente drinques do cardápio podem ser pedidos. Se você pede um drinque que não contém no cardápio, ele não será entregue, pois o pedido não pode ser atendido.
Ainda usando a analogia do bar, você pode fazer um pedido por delivery. Dessa vez, quem vai se comunicar com o cardápio do bar é a telefonista que te atendeu ou o aplicativo que usou. Assim funciona a API: ela se comunica com requisitadores diferentes por meio do mesmo conjunto de regras de funcionamento.
Na prática, as APIs permitem que grandes empresas da internet, como Twitter, Google, Facebook, entre muitas outras, ofereçam serviços distintos. As APIs expõem parte dos serviços e dados dessas empresas em um ambiente controlado.
Os 3 tipos básicos de APIs
As APIs são divididas em três tipos básicos: local, baseada em web ou baseada em software. Entenda melhor sobre cada uma delas:
APIs locais
É a origem das APIs modernas. As primeiras APIs que surgiram foram pequenas aplicações de comunicação dentro próprio sistema operacional, como o Windows, MAC e sistemas baseados em Linux. Um exemplo do cotidiano do uso de APIs locais são as aplicações que usam o Microsoft.NET para serviço de voz, acesso a banco de dados etc.
APIs baseadas em web
Esse tipo concentra a grande maioria das APIs que são desenvolvidas atualmente. Elas funcionam em páginas HTML na internet e são acessadas através de protocolo HTTP. Ou seja, qualquer página web que possua uma URL pode acessar uma API na internet.
As APIs baseadas em web são feitas em sua maioria sob o padrão do REST, devido ao fato de a organização que mantém o REST não salvar nenhum dado internamente durante as requisições. Assim, as requisições de usuários diferentes podem ser misturadas enquanto eles permanecerem conectados na internet.
Alguns exemplos de APIs baseadas em web são mapas personalizados, cadastro de sites por terceiros, ferramentas que mandam mensagens automáticas para o Twitter etc.
APIs baseadas em software
Essa forma de API permite que serviços que estejam remotos sejam acessados localmente. Ela é baseada em chamada de procedimento remoto, ou RPC, que faz a comunicação entre aplicação local e remota.
O serviço orientado a arquiteturas, ou SOA, é um exemplo de API baseada em software. O SOA é responsável pela integração de diversos elementos de um sistema controlado por uma API.
APIs de terceiros
APIs de terceiros são aplicações desenvolvidas para funcionar em um sistema que não pertence ao desenvolvedor. Eles são desenvolvidos sob uma série de requisitos e regulamentações que ditam como um aplicativo de terceiros deve se comunicar com o principal.
Uma API de terceiro é similar a um aplicativo de smartphone: uma empresa responsável por este telefone desenvolveu o sistema operacional que ele carrega, e esse é o aplicativo principal. O sistema operacional pode fazer muitas coisas sozinhas e, para as que ele não consegue fazer, surgem os aplicativos de terceiros, que utilizam as regras preestabelecidas dos sistemas operacionais para desenvolver novas funcionalidades.
Então, o que muitas empresas fazem, como o Facebook ou Flickr, é liberar um conjunto de ferramentas para que desenvolvedores independentes criem APIs de terceiros para elas. Essa é uma forma de criar um ecossistema competitivo de uma empresa, pois quanto mais APIs e serviços uma empresa oferecer, mais diversificação e alcance ela terá.
APIs na prática
Como dissemos, ao navegar na internet, usamos APIs o tempo todo: quando pagamos uma fatura no internet banking, quando fazemos uma compra online, quando fazemos cadastro em um site e até mesmo quando usamos o GPS.
Ao abrir o seu celular, Android ou IOS da Apple, você verá que existe um aplicativo do sistema que chama Location Services ou serviços de localização, o app principal de localização do seu celular. Os aplicativos de mapas e GPS, como Waze ou Google Maps, são as aplicações de terceiros que foram desenvolvidas para o sistema operacional do smartphone.
Para que esses aplicativos de terceiros funcionem, eles precisam acessar os serviços de localização do celular e requisitar dados do usuário. Nesse caso, são solicitadas permissões de acesso ao usuário que, ao conceder, entregam as aplicações de terceiros as informações desejadas. A ideia é a mesma para a relação de qualquer API com a aplicação principal.
As APIs são fundamentais no desenvolvimento de novas soluções, pois elas permitem que terceiros desenvolvam aplicações baseadas nas regras de seu negócio. Isto é bom para o desenvolvedor e também para a empresa.
Além disso, ela facilita a vida do usuário, que executa as suas tarefas de forma mais simples. Enquanto empresas de aviação compartilham dados de voo, uma API compila todos eles e oferece ao usuário uma seleção com os melhores preços, impulsionando as vendas e aumentando o fluxo de visitas no site que usa a API.