Tanto se fala em inovação e pouco se faz realmente. Isso porque, para inovar, é preciso transformar, mudar e não ter medo de errar! Alguns pontos de reflexão. que impactam diretamente nos desafios encarados pelas agências de PR nesse momento, permitem traçar um panorama do cenário da inovação no mundo corporativo brasileiro.
Todas as estratégias das empresas sempre foram muito focadas em ações e metas, mas o presente momento vai muito além disso.
É preciso mudar tudo, sem dó!
A empresa, sua cultura (de toda a organização, incluindo as lideranças), a forma de fazer, a mensuração de resultados, enfim, tudo! Afinal, o que gera uma mudança efetiva é fazer tudo diferente. O mesmo acontece com a forma de comunicar tudo isso.
É essencial experimentar e ter muita cautela sobre como posicionar essas mudanças para mostrar realmente que a inovação é um processo contínuo de erros e acertos.
Como comunicar uma inovação, algo que está em trânsito permanente?
O mundo corporativo sempre teve muito medo do erro, porque erro sempre remeteu a prejuízo. Portanto, imagina o desafio que é reproduzir isso em estratégias de PR? Essa é a premissa que rege nossas ações do dia-a-dia e que torna necessário arriscar para se transformar.
Queremos inovar, mas há ainda muita resistência para experimentar esse trajeto em onde fazer algo novo pressupõe disposição a aceitar erros e acertos. Dar um passo para trás para, em algum momento, chegar a milhas de distância com algo realmente inovador.
Esse pensamento é o que rege a cultura da inovação e tem sido refletido diretamente nas ações de Relações Públicas. Essa essência precisa vir da liderança para ser passado para a sua equipe fazendo com que ela aja realmente como agente de mudança. Afinal, a era da transformação digital é marcada por protagonistas – pessoas seguras de que podem errar, aprende e ajustar até atingirem o objetivo final.
Além disso, ela é marcada pela necessidade da comunicação 360, alinhando mensagens e estratégias com todas as áreas envolvidas: publicidade, branding, marketing digital, mídias sociais, comunicação interna, imprensa e todas as demais.
A unicidade da comunicação é cada dia mais importante, mas tem o desafio de se adaptar ao público sem deixar a estratégia limitadas e engessada! Adaptar e transformar uma mensagem principal é o caminho para atingir esse equilíbrio sempre respaldado em manter uma boa reputação e colocar o consumidor no centro da estratégia.
Isso tudo parece um cenário muito complexo, mas se torna fácil quando cada área olha na mesma direção.
Vamos supor que uma empresa decide lançar um novo produto em seu portfólio desenvolvido pela área de inovação. Na prática, o que precisa acontecer é que, após o desenvolvimento, todas as áreas participem dos testes e alinhem o posicionamento de acordo com as premissas de cada vertente e o público para o qual isso será comunicado. Tudo isso precisa estar respaldado em dados e ter métricas claras.
Nesse processo, é preciso saber ouvir a todos e enxergar com atenção os ajustes para garantir o sucesso do lançamento. Nada mais é do que um alinhamento, que hoje envolve muitas áreas e muitas análises para chegar ao melhor. Essa é a parte que na transformação digital se faz mais necessária, mas sempre foi essencial.
Nascer digital é mais fácil do que transformar
Já observaram que as empresas que já nasceram digitais inovam mais? Pois é! Para eles, é mais fácil lidar com isso do que para as organizações tradicionais. É diante disso que algumas empresas estão mudando tudo e outras estão criando atuações paralelas ou, muitas vezes, partindo para novos modelos de negócios. Essa é uma forma, às vezes, de encurtar esse caminho.
Nas agências não é diferente: sai na frente quem já tem o digital no DNA. Mas o cenário requer mudanças constantes, planejamentos diferenciados, alinhamentos contínuos de mensagens, novas ações, muita análise da repercussão para ajustar isso e aprimorar a cada dia.
Precisamos nos libertar do pensamento de que há uma fórmula hoje em dia para um produto ou para um serviço. Não existe mais isso! Tudo precisa ser revisto o tempo todo para aperfeiçoamento constante e para acompanhar as mudanças externas que são tão velozes na era 4.0.
Digitalização x Transformação Digital
O ponto é que essa velocidade na troca de informações nos tornou mais imediatistas. Queremos mudanças do dia para noite. Mudar, ajustar, errar, consertar, requer paciência. Atributo este cada dia mais escasso e que coloca em risco essa trajetória da transformação.
Muitos estão buscando ferramentas, achando que esse é o caminho da mudança, mas isso nada mais é do que um processo de digitalização. O que precisa mudar é o ecossistema como um todo.
Nesse contexto, outra importante premissa é contar com pessoas abertas a mudanças ao invés de driblar a resistência. Isso talvez seja um dos fatores para que as empresas maiores tenham mais dificuldade de se transformarem do que as menores, que possuem mais mobilidade para esse processo.
Big data no dia-a-dia
Analisar é outra palavra-chave já que inovar é descobrir um comportamento, identificar um problema e buscar algo que realmente melhore a vida das pessoas. Para fazer isso, é essencial entender tudo o que o seu público está fazendo, o que ele gosta e o que não gosta. Enfim, utilizar o Big Data para criar uma experiência que transforme o cenário.
Além de todos esses pontos, o que deve nortear a transformação é a resposta à pergunta: “Quem quero ser no futuro?”.
É preciso olhar adiante e imaginar um cenário que ainda não existe para criar uma empresa neste novo mundo. O que parece é que estamos diante de uma constante, pois não poderemos mais ficar em uma zona de conforto, e o que a era 4.0 impõe é algo que requer uma mudança de cultura.
O que, sem dúvida, fará parte também de um dos requisitos básicos para a próxima era!