De acordo com uma pesquisa realizada pela Harvey Nash e KPMG, mais CIOs estão permitindo a gestão de tecnologia fora do departamento de TI. Para os especialistas, essa mudança traz oportunidades comerciais importantes, mas também riscos de segurança e privacidade. O estudo foi feito a partir de entrevistas com 254 CIOs de empresas na Austrália. Os números estão de acordo com a pesquisa global com 3.645 CIOs e líderes de tecnologia.
Segundo os resultados, quase 70% das organizações estão satisfeitas com as decisões e gastos de TI sendo conduzidos por outras unidades, afastados do controle direto do CIO. Apesar disso, o relatório mostra que o Chief Information Officer possui papel importante a ser desempenhado. Durante a pesquisa, percebeu-se que as empresas que envolvem formalmente os departamentos de TI em decisões de compras de tecnologia apresentam melhores resultados.
As organizações que mantêm a equipe de TI na tomada de decisões relataram uma série de vantagens comerciais, incluindo maior agilidade de comercialização de novos produtos e melhoria na experiência dos colaboradores. Outros aspectos relevantes sobre o assunto são as descobertas de que empresas que não envolvem o setor de TI apresentam duas vezes mais chances de terem áreas de segurança expostas, 41% menos probabilidade de serem consideradas eficazes para construir confiança com o cliente e 12% maior probabilidade de ter sido alvo de grandes ataques cibernéticos nos últimos dois anos.
Para Bridget Gray, diretora administrativa da Harvey Nash na Austrália, os negócios de TI estão criando mais valor do que nunca. “Mais líderes de tecnologia australianos relataram aumentos nos orçamentos de TI sob seu controle do que em qualquer momento nos últimos 15 anos, demonstrando a escala das oportunidades e riscos enfrentados pelos CIOs. Aqueles que obtêm o equilíbrio certo entre inovação e governança serão os vencedores”, explica.
A ascenção da Tecnologia da Informação liderada por outros setores parece estar relacionada aos menores números de CIOs ocupando os conselhos das empresas. O estudo demonstra que 49% dos CIOs fazem parte dos conselhos, contra 55% no ano passado. “A tecnologia emergiu rapidamente do departamento de TI para se tornar o principal impulsionador das estratégias de negócios. Mas esta pesquisa mostra que a equipe de TI é frequentemente excluída, com um grande custo para a segurança”, afirma Guy Holland, parceiro do grupo Digital Delta da KPMG.
Apesar do cenário de exclusão nas decisões, o relatório demonstra que os CIOs não se opõem a ceder algumas responsabilidades de compra de tecnologias. No momento, os profissionais admitem que sua influência têm crescido, com quase metade tendo aumento salarial. “É menos provável que os CIOs tenham voz no conselho este ano, mas isso não parece afetar sua satisfação no trabalho. O que eles mais se importam é em ter o acesso e a influência apropriados e um CEO de apoio para ajudá-los a enxergar sua visão”, acrescenta Gray.
Para os analistas, o futuro da TI tem relação com empresas conectadas, bem governadas e focadas no cliente, onde o CIO desempenha papel fundamental no apoio à transformação.