Você mostrou tanta competência em seu trabalho, bateu diversas vezes suas metas – e até as superou – que, certo dia, sentiu-se tão confiante que solicitou trabalhar home office.

Qual a resposta de seu chefe?

Sim, por que não?

Assim que ele respondeu positivamente ao desejo que você tanto queria ver realizado, um arrepio gelado correu por sua espinha, fazendo nascer uma dúvida: por que ele aceitou isso tão facilmente? Será que quer me ver longe?

Desde então, sua vida se tornou um pesadelo de incertezas, com você enviando e-mails em excesso, atazanando as pessoas pelo Slack e solicitando videoconferências a cada minuto para mostrar que está trabalhando de verdade, apesar de estar em casa.

Cuidado: você pode estar sofrendo da síndrome do impostor, deflagrada pelo simples fato de ter merecido (sim, você mereceu essa regalia!) trabalhar em casa.

Síndrome do impostor e o trabalho remoto

Saudade do café requentado? Necessidade de um abraço do amigo da equipe? Sente falta de passar 2 horas no trânsito só para chegar ao trabalho?

Por que esse sentimento de que trabalhar em casa “não vale”?

Síndrome do Impostor não é o nome de um romance policial que virou filme. Trata-se de um fenômeno psicológico documentado cientificamente e não se restringe a quem pratica teletrabalho (um nome diferente para home office).

Pelo contrário, os estudos datam dos anos 80, muito antes dessa prática ser difundida.

A síndrome do impostor se caracteriza por um sentimento profundo de que tudo que um profissional conquistou em sua carreira não é merecido e que, a qualquer momento, ele será desmascarado como uma fraude, diante de todos.

Cena dramática, não? Não é à toa que tem um nome igualmente dramático.

Agora, imagine uma pessoa que está trabalhando em casa, ou no Starbucks, ou mesmo na beira da piscina do clube, usando seu 4G ou uma rede wi-fi, enquanto os colegas estão enfurnados no escritório, confinados em suas baias ou sendo submetidos a uma reunião de 3 horas sobre finanças corporativas.

Uma ponta de insegurança pode surgir facilmente! Quem pratica trabalho remoto costuma ser uma presa mais fácil da síndrome do impostor.

Por isso, se você está com seu Hangouts eternamente ligado para todo mundo ver sua cara enquanto digita, ou não deixa de responder e-mails e outros alertas eletrônicos imediatamente, só para provar que está trabalhando, pare com isso agora mesmo!

É mais fácil falar do que fazer?

A gente separou algumas dicas para te ajudar a se livrar dessa tão nefasta companhia em sua casa (ou na beira da piscina): a Síndrome do Impostor.

As 5 personalidades do “falso” impostor

Você não é um impostor, ok? Você merece estar onde chegou. E caso se sente um impostor só porque trabalha em casa (ou na beira da piscina), saiba que isso é falso.

A especialista na Síndrome do Impostor, Valerie Young, escreveu um livro em que lista as 5 personalidades típicas de quem sofre desse transtorno psicológico:

  1. O perfeccionista
  2. A superpessoa
  3. O gênio nato
  4. O individualista inflexível
  5. O especialista

Será que você se enquadra em um desses perfis de risco?

Vamos ver:

01. O perfeccionista

Perfeccionistas estipulam metas excessivamente altas para si mesmos e se sentem frustrados, até quando atingem objetivos que a maioria sentiria orgulho.

Sintomas

  • As pessoas o apontam como um microgerenciador
  • Dificuldade em delegar
  • Ruminar mentalmente seus “fracassos”
  • Acreditar que tem que fazer tudo perfeito sempre

Dica: Afaste essas altas expectativas sobre si mesmo, apenas faça seu trabalho com confiança.

02. A superpessoa

Nem Super-homem, nem Supermulher, esses personagens pertencem a ficção.

Sintomas

  • Trabalhar até altas horas. Quem pratica home office envia e-mails de madrugada para que todos vejam que estava acordado
  • Sentir-se culpado quando não está trabalhando (ou trabalhando na beira da piscina)
  • Desistir de seus hobbies e paixões em prol do trabalho

Dica: Você é bom no que faz, apenas isso. Não é necessário “saltar os maiores edifícios, nem ser mais rápido que uma bala”.

03. O gênio nato

Pessoas que sofrem desse sintoma se acham incompetentes se têm que se esforçar muito para fazer algo.

Sintomas

  • Necessidade de receber as melhores notas quando faz um curso
  • Costumava ser tratado como “o sabe tudo” pela família e os amigos, quando criança
  • Não gosta de ter instrutores porque “sabe mais que eles”
  • Evita grandes desafios com medo de não se sair incrivelmente bem

Dica: Aprenda a ser mais humilde. Entenda que por melhor que seja em algumas coisas, existem outras que você precisa melhorar. E você tem toda uma vida para fazer isso.

04. O individualista inflexível

Individualistas têm dificuldade em trabalhar em equipe e pedir ajuda aos colegas. Acreditam que isso é um sinal de fraqueza e uma prova de que são uma fraude.

Sintomas

  • Acreditar que tem que fazer tudo sozinho
  • Dizer constantemente: “- Não, obrigado, não preciso de ajuda para isso.”
  • Ao planejar projetos, define os recursos necessários para todos, menos para si próprio, pois não precisa de nada nem de ninguém

Dica: Cada vez mais o trabalho colaborativo e a troca de conhecimento são valorizadas. Aprenda a conviver em um ambiente de especialistas multidisciplinares e solicite a ajuda daqueles que sabem mais que você em determinados assuntos.

Eles farão o mesmo quando precisarem de você (mesmo que esteja na piscina).

05. O especialista

Ao contrário do que o nome pode indicar, esta personalidade é característica de pessoas que se acham ignorantes e inexperientes naquilo que fazem e buscam provas tangíveis para atestar que não são uma fraude

Sintomas

  • Fugir de entrevistas de emprego ou promoções se não tiver absolutamente todos os requisitos exigidos para o cargo
  • Colecionar diplomas e certificados de todos os treinamentos e cursos possíveis que pode fazer
  • Mesmo estando estável em seu cargo há anos, sempre acha que será despedido a qualquer momento

Dica: A melhor prova de que você não é uma fraude é fazer seu trabalho direito. Se tiver dificuldade em algum momento, pergunte ou, se for o caso, estude. Mas não faça disso uma obsessão.

Você trabalha em casa, no café, no espaço de coworking e às vezes leva o laptop para o clube, em um sábado, para adiantar o serviço na beira da piscina?

Não se envergonhe de seu bronzeado: ele é a maior prova de sua competência!

Amanda Alvernaz

Marketing Manager no Trello Amanda trabalha em diversas frentes estratégicas para alavancar o Trello no mercado Brasileiro além de curar novas formas de engajamento com a comunidade local - isso tudo trabalhando remoto de São Paulo ou aproveitando o estilo nômade para conhecer um novo local por esse grandioso mundo.

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