Em janeiro de 2020 seria impensável que teríamos tantos brasileiros assistindo filmes de dentro de seus carros em cinemas drive-in poucos meses depois. A pandemia mudou repentinamente e de maneira bastante radical a forma de realizar eventos offline. Inclusive, que foi atingida de forma dramática esse importante setor, que movimenta anualmente mais de R$ 200 bilhões.
Passado o período de maiores restrições, ficaram algumas experiências que talvez mudem para sempre a maneira de vivenciar eventos presenciais.
Das grandes dificuldades do período de pandemia surgiram iniciativas importantes, como o próprio retorno do cine drive-in, ou os eventos híbridos, que conseguem mesclar muito bem parte da experiência presencial com o distanciamento social.
Todas as tendências experimentadas nesses longos meses estão sendo cuidadosamente incorporadas ao mercado e criando formas de organizar e viabilizar eventos corporativos e sociais.
Em um momento marcado pelas indefinições, o setor de eventos já consegue identificar algumas certezas para o futuro dos eventos offline. Nesse texto, separamos 7 delas. A seguir, falaremos sobre essas tendências com mais detalhes. Confira!
1. Eventos offline terão novas regulamentações
Nunca faltaram normas e regulamentações para a realização de eventos. Acessibilidade, segurança e classificação etária são alguns dos exemplos de regras que já precisavam ser seguidas, com todos os seus detalhes e especificidades.
No pós-pandemia, outras demandas surgirão para que os participantes vivenciem suas experiências de forma segura e confortável. Hoje, como sociedade, nós já temos o entendimento da importância de criar condições de interação social com menos tumulto e aglomerações. Além de menos troca de toques e compartilhamento de objetos, espaços mais arejados e esterilizados etc.
Tudo isso permanecerá depois da pandemia e, não apenas as produtoras de eventos, mas todos os agentes envolvidos, precisam se adaptar à nova realidade.
2. Os eventos serão mais online
Quando a pandemia começou, houve uma onda muito grande de eventos offline cancelados. Outros tantos foram remarcados para outro ambiente, o virtual. Isso aconteceu com reuniões de trabalho, formaturas, shows, congressos e eventos corporativos.
O início, é claro, foi confuso, mas as lições tiradas desse aprendizado indicam um caminho próspero para o mercado de eventos com uma experiência híbrida. Parte dos participantes pode estar presente, enquanto a outra parte pode acompanhar de sua casa, ou de onde estiver. Outra opção é ter uma parte da programação on e a outra offline. As possibilidades são diversas.
Os eventos híbridos aumentam consideravelmente o número de possíveis participantes ao mesmo tempo que reduzem os custos para a realização. No futuro próximo, oferecer uma experiência mista será uma vantagem competitiva no mercado de eventos.
3. Possibilidades serão ampliadas com o 5G
Talvez você se lembre que no início da pandemia grandes empresas de streaming reduziram a qualidade dos seus vídeos. Como exemplo, podemos citar o Globoplay e a Netflix.
Essa foi uma forma que as gigantes encontraram de não sobrecarregar a infraestrutura de banda larga em diversos países.
Com o 5G tornando-se realidade em cada vez mais lugares do mundo, haverá uma verdadeira revolução na maneira de se realizar streaming. A nova tecnologia possibilitará, entre outras coisas:
- maior velocidade de navegação;
- troca de muito mais informações simultâneas;
- mais aparelhos conectados.
Isso facilitará bastante as transmissões ao vivo de:
- programas de TV;
- plataformas de séries;
- lives;
- transmissão de eventos — seja exclusivamente online, ou eventos offline no formato híbrido.
4. Experiências terão que ser ainda mais emocionais
Por mais que os locais sejam liberados para receber eventos e que a organização garanta a segurança sanitária para a sua realização, as pessoas terão receio de participar presencialmente durante muito tempo. Esse, inclusive, é outro fator que reforça a importância das experiências mistas.
Nesses últimos meses, todos conseguimos perceber que a falta de contato presencial prejudica bastante a experiência de troca, seja em uma reunião de trabalho, em um show ou em um evento online.
Um grande desafio enfrentado pelos eventos offline é fazer com que os participantes virtuais também vivenciam da forma mais intensa possível todas as sensações que o encontro presencial proporciona.
É preciso realizar um trabalho profundo de engajamento da sua audiência. As pessoas que estiverem acompanhando à distância precisam participar, mostrar seus rostos. Os organizadores do evento precisam entender muito bem sobre as dores e os desafios do seu público, pois isso será imprescindível para criar os conteúdos certos para ativar gatilhos emocionais memoráveis.
5. As relações terão que ser ainda mais transparentes
Por mais que a organização se esforce, a produção de um evento tem detalhes demais e é normal que algumas coisas não saiam como o planejado. Seja um fornecedor que atrasa a entrega por conta de uma tempestade ou a infraestrutura do local que não atende da forma como planejado, sempre pode haver problemas.
Em eventos que dependem muito da internet — já que, infelizmente, ainda não podemos contar com o 5G — isso é ainda mais sensível.
Mesmo que os problemas vão além e o evento precise ser cancelado, existe um valor que precisa nortear a comunicação com o público nesses momentos: a transparência. É preciso criar uma comunicação sincera e eficiente.
6. Tópicos relevantes são imprescindíveis
Além das experiências com forte carga emocional que mencionamos anteriormente, seu público não poderá ficar sem o principal: conteúdo relevante.
Defina um propósito e delimite um objetivo muito claro com o evento. Junto a isso, segmente bem o público que você pretende atingir e conheça-o de forma muito profunda. Apenas assim será possível conhecê-lo o suficiente para entender suas demandas e oferecer uma experiência relevante.
7. Meio ambiente também é impactado
A pegada de carbono por pessoa em um evento offline pode ser até 100 vezes maior do que a de um evento online. Em grandes eventos internacionais, por exemplo, há muita logística de viagens envolvida. Os modelos híbridos passaram por grandes testes nos últimos meses, com diversos exemplos de sucesso. Um deles foi o WWDC, da Apple.
Independentemente do tamanho do evento e da sua pegada de carbono, 2020 provou que o setor de eventos e entretenimento é fundamental e tem grande capacidade de se reinventar. O pós-pandemia será de incertezas e inovação em diversas áreas, e para esses desafios, o segmento de eventos mostrou estar pronto.