Um conceito já incorporado ao mercado chega agora como forte tendência nas escolas brasileiras: a transformação digital. Trata-se de um novo olhar sobre o uso de tecnologias nas instituições de ensino. Os processos deixam de ser apenas “convertidos” em digitais e passam a ser pensados digitalmente desde a concepção. O propósito não é apenas modernizar, mas também potencializar resultados e alcançar objetivos previamente estipulados.

A chegada desse conceito nas escolas segue o ritmo de amadurecimento digital pelo qual as instituições têm passado nos últimos anos. Se antigamente os processos eram realizados de forma física, na última década isso vem mudando acentuadamente. Para se ter uma ideia, os dados do TIC Educação 2015 já apontavam que o computador e a internet faziam parte de atividades de 73% dos professores, e o celular já era usado por mais de um terço dos docentes para tarefas pedagógicas. 

Da época do estudo para cá, o passo do progresso acelerou. Diversas tecnologias surgiram para as mais variadas necessidades escolares, facilitando processos e alinhando-se com novas metodologias de ensino, como por exemplo os modelos híbridos. A chegada da transformação digital nas escolas brasileiras nesse momento segue, portanto, um caminho natural de evolução.

O que muda com a transformação digital?

A mudança está fundamentalmente ligada à questão estratégica. Hoje muitas escolas já realizam processos que antes eram físicos de forma digital, e não somente na parte pedagógica, mas na de gestão, comunicação e marketing também. Essa já é uma grande evolução, mas é possível ir além. Resultados como captação e retenção de alunos, economia de recursos, aumento da satisfação do público, ganho de produtividade e melhora no desempenho escolar são alguns dos focos da transformação digital nas escolas.

Esses objetivos são planejados desde o começo usando a tecnologia como alicerce das estratégias. Ferramentas que permitem uma comunicação 360° – na qual todas as áreas da escola ficam integradas – e tecnologias que empregam Inteligência Artificial para automatizar atividades repetitivas; mapear a satisfação do público ao longo do tempo e realizar a previsão de cenários positivos e negativos para a escola são alguns dos recursos que permitem a aplicação do conceito de transformação digital nas escolas.

Como funciona na prática?

Escolas que já usam tecnologia

As escolas que já estão familiarizadas com a tecnologia nas rotinas escolares, como por exemplo aplicativos de comunicação e de gestão escolar, já estão amadurecidas para avançar um pouco mais e começar a usar o potencial estratégico da tecnologia. O primeiro passo é levantar os objetivos e buscar tecnologias que permitam alcançá-los. Veja alguns exemplos:

Objetivo: Produtividade

Se o objetivo da escola é aumentar a produtividade dos colaboradores, isso pode ser obtido integrando todos os sistemas da escola em um só canal (comunicação 360°), pois diminuirá consideravelmente o retrabalho e os processos manuais. O uso de chatbots com recursos de IA é um passo ainda mais avançado para esse objetivo, e possibilita que robôs possam realizar certos atendimentos, como para matrículas, rematrículas, perguntas frequentes dos pais dos alunos e do público externo, negociações de inadimplências, entre outros, liberando os colaboradores para tarefas mais produtivas.

Objetivo: Captação de alunos

Já se o foco da escola é aumentar a captação de alunos, ela pode empregar automações de marketing via app mobile para alcançá-la. Pode ainda utilizar o recurso de análise preditiva – que usa data mining, machine learning e predictive modeling – para traçar um prognóstico provável de acontecimentos futuros com base em correlações presentes e passadas. Assim, consegue obter projeções estatísticas do número de matrículas esperadas e usar essa informação para traçar novos planejamentos e potencializar os resultados obtidos na análise.

Objetivo: Satisfação do público

Outro objetivo que pode ser buscado pela escola é o aumento da satisfação do público. Nesse sentido, a escola pode valer-se da tecnologia de mapa de humor para obter informações sobre o sentimento de seu público em uma linha do tempo, verificando épocas ou eventos específicos que ocasionaram um pico de humor positivo ou negativo, entendendo os fatores que deixam o público satisfeito ou frustrado e trançando estratégias para reduzir os elementos negativos e intensificar os positivos.

Há muitos objetivos que a transformação digital possibilita, e podem ser buscados em conjunto ou um a um. O importante é que a escola tenha em mente os resultados que quer atingir e como a transformação digital permite que eles sejam alcançados.

Escolas que não usam tecnologia

Para as instituições de ensino que ainda não usam a tecnologia em seus processos escolares, empregando massivamente papel em tarefas de comunicação e gestão, ou mesmo planilhas e outros recursos que demandam tarefas muito manuais, o primeiro passo para iniciar uma jornada de transformação digital é começar pelo básico, migrando as atividades físicas para o meio virtual. O passo seguinte então será utilizar recursos mais avançados com estratégia e planejamento.

Adaptação do mercado

A transformação digital para escolas abre um leque de possibilidades que, em um passado recente, pareceriam ficção científica. É normal que tantos avanços assustem no começo, como aconteceu com evoluções de outras épocas – com a chegada do personal computer (PC), do celular e da própria internet. Após o período de adaptação inicial às mudanças, as facilidades acabam conquistando o público e se tornando algo essencial ao seu dia a dia. 

Esse é o caminho que tecnologias ligadas ao momento de transformação digital trilham hoje nas escolas, conquistando terreno, aprimorando e reestruturando processos. A tendência é que em alguns anos, o que hoje é visto como algo “espantoso”, seja tão natural quanto as tecnologias que já estão presentes em nosso cotidiano.

Graziela Balardim

Conteudista de Marketing Digital da ClipEscola, Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pelo Centro Universitário Estácio de Santa Catarina e pós-graduada em Produção Multimídia pelo Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina (CESUSC).

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