Em 2019 foi comemorado o 50º aniversário da chegada do homem à Lua. Desde o início da exploração espacial, os seres humanos se tornaram cada vez mais dependentes do espaço para atividades de comunicação e segurança. No entanto, o aumento das tensões geopolíticas tem intensificado os riscos desses sistemas.
Nos últimos anos foram testados mísseis interceptadores, demonstrando a realidade de ameaças a satélites. Há alguns sinais de que o governo do Reino Unido está reconhecendo a necessidade de dar respostas aos riscos, delineando, inclusive, um ambicioso programa espacial para reduzir as crescentes ameaças.
De acordo com informações do ComputerWeekly, há grandes riscos à segurança cibernética no espaço envolvendo ataques a satélites. Essas ações são simples e baratas, tornando necessário o desenvolvimento de medidas para aumentar as defesas dos equipamentos.
Satélites definidos por software
Uma das vulnerabilidades está ligada ao fato de que os satélites estão usando cada vez mais funcionalidades definidas por software, as quais podem ser reprogramadas em órbita. Isso significa uma exigência de maiores níveis de controle técnico de segurança para que os equipamentos não sejam hackeados. As medidas de proteção são dispendiosas, com algumas empresas alegando estar gastando mais dinheiro em segurança cibernética do que na própria operação dos satélites.
E não são apenas os satélites que estão ameaçados, mas, mais importante, as estações terrestres com as quais se comunicam. Essas bases possuem terminais vulneráveis, já que cada um é ponto de acesso a um satélite e, muitas vezes, não é protegido por autenticação para que as ações operacionais não sejam afetadas. Os terminais são executados em softwares que podem ser comprometidos, exigindo atualizações regulares.
Uma recente pesquisa da Chatham House demonstrou a importância das atividades no espaço e o impacto da tecnologia na sociedade. “No futuro, o uso de tecnologias emergentes, incluindo inteligência artificial (IA), criptografia quântica , a computação quântica e o desenvolvimento da infraestrutura de Internet baseada no espaço definirão o futuro da guerra”, declarou o relatório.
Medidas de segurança
O estudo da Chatham House também destacou ameaças específicas que poderiam resultar em caso de ataques a satélites. Para os cientistas, é fundamental desenvolver medidas de segurança e reconhecer os riscos para, então, construir barreiras que minimizem a atuação de cibercriminosos.
Segundo os pesquisadores, as organizações devem iniciar a construção das medidas avaliando a maturidade cibernética das suas soluções e, em seguida, analisar as pessoas, os processos e as tecnologias envolvidas. Também deve haver um foco na melhoria das defesas técnicas, como o investimento em sistemas quânticos para comunicação segura. Esses sistemas fornecem uma forma nova de criptografar informações transmitidas entre satélites, dificultando a invasão de hackers.
Com os sistemas em funcionamento, surge a necessidade de realizar testes regulares, com feedback e atualização, bem como na construção de planejamentos para combater tentativas de ataques. Para isso, a orientação é garantir a conscientização dos crescentes riscos, investindo em treinamentos de todos os colaboradores sobre as ameaças cibernéticas mais recentes, bem como no uso de IA e aprendizado de máquina para fornecer avisos antecipados sobre ações incomuns.
Diante desse cenário, especialistas afirmam que as ameaças espaciais já são realidade. Com o impacto de ataques bem-sucedidos podendo ser significativos, torna-se essencial que novas medidas sejam colocadas em prática com urgência.