Você consegue imaginar uma vida sem internet? Bem, se você nasceu antes de 1994 sim, mas boa parte da geração Z (os nascidos entre 1994 e 2010) não conheceu ou sequer consegue lembrar dessa tal vida analógica (eu sei, estamos velhos ¯_(ツ)_/¯).
Mesmo que você seja da geração pré computadores pessoais, posso apostar que um lugar sem wi-fi já te assusta mais do que bug do milênio (jovem, dê um Google!). Já não existe mais separação do mundo analógico e o mundo digital. Estamos o tempo todo conectados.
No meio dessa revolução, duas coisas precisam acompanhar: as empresas e as pessoas. No caso do mundo corporativo, a revolução digital é mandatória. Já a questão da inclusão digital (um termo vindo direto dos anos 2000) tem um impacto não só econômico, mas social.
Como impacta no mercado?
Antes de falar sobre o que é a tal da transformação digital, é importante dizer o que ela não é. Não é um esforço de TI, não envolve somente melhorar a experiência do cliente, não é só para as empresas de tecnologia e vai muito além de ter página no Facebook e um blog da empresa.
Uma empresa digital é dinâmica, porque a tecnologia promove uma mudança estrutural profunda. As novas organizações tornam o negócio mais flexível e possibilitam encarar mudanças contínuas sem criar impactos negativos no negócio.
A transformação digital está em todas as etapas do processo: na administração de workflows e pessoas, na análise de dados e tomadas de decisão, na definição de metas e próximos passos, e no desempenho da empresa e dos colaboradores.
Empresas que entendem a urgência dessa mudança são 26% mais lucrativas do que as demais, mostrou uma recente pesquisa da Accenture. O recado do estudo é claro: seja digital, ou seja substituído. A tecnologia é um facilitador no crescimento e desenvolvimento da sua empresa de uma maneira global.
Como impacta na sociedade?
No Brasil, segundo país com maior número de usuários de internet no mundo, 59% da população está conectada. Somos a segunda maior comunidade do Facebook, com 88 milhões de acessos por mês. O uso do telefone celular é o principal meio para acessar a internet no país. Segundo o IBGE, 92,1% dos domicílios brasileiros acessaram a internet por meio do telefone celular em 2016.
Acesso à informação é educação, e aprender tecnologia é também uma maneira de entrar em um mercado de trabalho em plena expansão e com grandes possibilidades. É preciso olhar para esse mercado – em especial o mobile – sem desconfiança. Ele está aí, firme e sólido, gerando oportunidades e inovação. Como diz o último filme do Star Wars, deixe o velho morrer (isso configura spoiler?) e aceite e ajude a construir o novo.
Iniciativas de transformação
É aqui que a grandes empresas de tecnologia têm um papel importante, afinal esse é o core businesses dessas companhias. E ninguém melhor do que elas para ajudar a transformar a realidade.
Recentemente, Sheryl Sandberg, COO do Facebook, disse em seu perfil: “Pessoas de todos os lugares merecem a chance de aprender sobre o mundo digital e ter melhores empregos”. Na ocasião, Sheryl falava da Estação Hack, iniciativa internacional que acaba de ganhar sua versão brasileira, em São Paulo. Este programa tem como objetivo o desenvolvimento econômico e tecnológico do país e vai ensinar tecnologia a jovens e adolescentes de escolas públicas, além de funcionar também como aceleradora de startups que usam dados para gerar impacto social positivo.
Segundo o Facebook, a Estação Hack vai oferecer mais de 7.400 bolsas por ano nas áreas de programação, planejamento de carreira e gestão de empresas. Para isso, o projeto tem parceria com empresas que fomentam o ensino da tecnologia, como MasterTech, MadCode, Reprograma e FGV.
Para a aceleradora, Facebook e Artemísia já selecionaram as dez primeiras startups que receberão mentoria e poderão usar o espaço de coworking da Estação Hack a partir de janeiro. Já na estreia, o programa teve mais de 760 startups inscritas, em um processo que teve cinco etapas e durou dois meses.
Além do Facebook, o Google também tem iniciativas para fomentar o desenvolvimento de startups. O Startup Farm já acelerou 250 startups e atua em 110 países do mundo. O projeto está na sua 17° edição no Brasil e figura como a quarta aceleradora de startups mais ativa na América Latina e a primeira no país. Em 2016, o programa selecionou 217 empresas brasileiras para desenvolvimento.
A aceleradora do Google também tem um projeto que incentiva e orienta os empreendedores de primeira viagem, o Startup Farm Day. Há ainda uma outra frente deste projeto, que disponibiliza os conteúdos oferecidos para as startups aceleradas por meio dos canais do Google, como o YouTube.
A importância dessas iniciativas se explica: a cidade de São Paulo é o maior ecossistema de startups da América Latina e um dos 15 maiores do mundo, segundo a Global Startup Ecosystem Report 2017. O impacto desses pequenos negócios no Brasil é imenso, principalmente no que diz respeito à geração de empregos. Além disso, essas empresas já nascem com DNA digital.
Já não dá mais para falar de transformação digital no futuro. Não é um plano para amanhã, é uma necessidade atual para manter a competitividade no mercado e trazer às pessoas para essa nova realidade. O que você está esperando para começar?