A economia compartilhada, também conhecida como economia colaborativa ou economia em rede, tem sido fundamental, nos últimos anos, para combater problemas sociais e ambientais através de serviços inovadores ao redor do planeta.
Graças a esse modelo, é possível repensar nossos hábitos de consumo para tornar o planeta mais sustentável, justo e, principalmente, pronto para receber as próximas gerações.
E essa recente revolução só foi possível pelo desenvolvimento da tecnologia, que, através da transformação digital, tem possibilitado uma nova maneira de pensarmos coletivamente enquanto sociedade.
Por trás da economia compartilhada
A economia compartilhada surgiu a partir de um novo modo de pensar nosso comportamento na sociedade, onde o acesso a produtos e serviços é mais importante do que a posse dos mesmos.
Dessa maneira, a economia compartilhada propõe uma regra: que a divisão substitua o acúmulo para combater e resolver questões sociais e ambientais em nosso planeta. Assim, com esse novo pensamento, é possível criar um futuro próximo melhor e, em longo prazo, podemos deixar um planeta habitável para as demais gerações.
Sendo assim, a economia compartilhada se utiliza da criação de comunidades em busca de um propósito. Esse propósito, em várias ocasiões, é tratado de forma natural, como uma consequência óbvia do compartilhamento dos produtos ou serviços.
Explico: no caso do Uber, em boa parte dos casos, nem sempre temos a consciência que estamos ajudando na redução do trânsito e da emissão de gases poluentes. No geral, queremos a comodidade de um serviço excepcional, que, de forma direta, ajuda nos pontos mencionados anteriormente.
O poder do compartilhamento de recursos
Além de proporcionar serviços melhores e mais baratos para a população no geral, a economia compartilhada promove um “poder social” para os envolvidos, que podem contribuir com mudanças significativas na sociedade.
Novamente falando sobre o Uber, o serviço causou uma verdadeira mudança no mercado, onde táxis – em sua grande maioria – ofereciam um serviço caro, com difícil acesso e menos inclusivo – em relação ao uso pela maior parte da população. Hoje, muitas pessoas com poder aquisitivo mais baixo têm condições financeiras para utilizarem os “motoristas de aplicativo” no lugar desse serviço. Esse é o poder social, onde o coletivo promove uma verdadeira mudança na sociedade.
A transformação digital como agente de mudança
É importante ressaltar que a popularização do pensamento coletivo só foi possível pelo avanço da tecnologia. Por mais que existisse uma vontade enorme de repensar nossos hábitos dentro de uma sociedade capitalista, a transformação digital – de várias maneiras – atuou como agente fundamental dessa revolução.
Seja pelo Uber, Lyft, AirBnb, DogHero, Yellow, entre outras, o surgimento dos serviços e produtos não foi ao acaso. Só com uma melhora significativa de conexões sem fio, dos serviços de localização e da segurança digital, por exemplo, foi possível alcançar o estágio atual, onde a sociedade está interconectada e interessada nas novidades.
Portanto, é certo que muitas soluções ainda vão aparecer nesse modelo de economia em rede, já que, cada vez mais, as soluções tecnológicas vão amadurecendo e abrindo novos caminhos, como é o caso do Big Data, do Machine Learning e da Inteligência Artificial.
Economia compartilhada em 3 exemplos
Como é bastante comum ouvir sobre soluções de transporte e moradia nos exemplos de economia colaborativa, resolvemos trazer 3 empresas que atuam em áreas diferentes e trazem soluções incríveis para as pessoas.
Kickstarter
O Kickstarter, por exemplo, é a maior plataforma de crowdfunding do mundo e foi concebido para ajudar projetos criativos a saírem do papel. Com mais de 4,5 bilhões de dólares movimentados pela plataforma, mais de 14 milhões de pessoas já apostaram seu dinheiro através do site.
De forma básica, empreendedores vão até o site anunciar seu projeto e de quanto precisam para que ele saia do papel. Através da apresentação da ideia, qualquer pessoa pode contribuir com uma doação e acompanhar todo o ciclo de desenvolvimento desse projeto, sendo recompensadas de várias maneiras, conforme o valor de contribuição realizado.
My Open Closet
O compartilhamento de roupas também tem vez na economia colaborativa. Esse é o caso da plataforma My Open Closet, que promove o aluguel de roupas de modo simples e em poucos passos. A partir do serviço, é possível diminuir o consumo de peças que, em muitos casos, seriam usadas poucas vezes e ocupariam espaço no guarda-roupas.
A solução tem se apresentado fundamental para algumas pessoas, que podem economizar centenas de reais, enquanto outras pessoas ganham um dinheirinho com o aluguel de itens de vestuário parados em casa.
Funding Circle
Outro exemplo de economia compartilhada é a plataforma de peer-to-peer lending Funding Circle, que já emprestou mais de 7,5 bilhões de libras para negócios ao redor do mundo. Através do modelo de negócios, existente no Brasil e como rápido crescimento nos últimos anos, o site já ajudou na criação/manutenção de, aproximadamente, 115 mil empregos.
O funcionamento é simples: pessoas fazem empréstimos para empresas, que recorrem até a plataforma em busca de financiamento para pagar contas, ter capital de giro ou, simplesmente, possibilitar a expansão do negócio. A partir disso, os investidores recebem seu dinheiro com juros superiores aos modelos de investimento tradicionais, e as empresas conseguem pagar o empréstimo com juros acessíveis.
No fim das contas, o que importa – de tudo que falamos até aqui – é que o poder da coletividade está fazendo a diferença no mundo e transformando nossas relações com a posse de objetos. Essa preocupação proporciona que, cada vez mais, empresas pensem em soluções eficientes e que contribuem diretamente para um futuro melhor, mais sustentável e, principalmente, mais consciente.