O impacto da transformação digital no setor da saúde tem demonstrado avanços importantes. Beneficiando o trabalho dos profissionais e, consequentemente, da população, a tecnologia médica segue mantendo crescimento, mesmo com a economia brasileira passando por dificuldades. De acordo com informações do jornal O Globo, o consumo da área registrou aumento de 13,5% em 2018. Para 2019, a previsão é de crescimento entre 5% a 7%, segundo a Abimed, Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde.
Para os especialistas, a evolução tecnológica deverá ser responsável por transformações na relação entre toda a cadeira de saúde, incluindo pacientes, profissionais, hospitais, distribuidoras e indústria. A facilitação do fluxo deve facilitar a trajetória dos pacientes, principalmente quando se fala em captação de dados e troca de informações de forma ágil e mais efetiva.
Nelson Garcia, diretor de soluções clínicas da GE Healthcare, explica que o processo de digitalização exige que os profissionais da saúde sejam treinados e se adaptem aos novos modelos de trabalho. A tecnologia permitirá que os médicos antecipem as decisões de tratamento, melhorando o prognóstico dos pacientes. Para isso, é fundamental o investimento em soluções que melhores, de fato, a qualidade e eficácia clínica, tornado-se necessária a avaliação das tecnologias disponíveis que façam sentido para a entrega de resultados positivos ao paciente.
Sobre o assunto, Sidney Klajner, presidente da Sociedade Israelita Brasileira Albert Einstein, defende que a adoção de tecnologias na saúde deve ter como prioridade a crítica sobre o valor das soluções no diagnóstico ou desfecho dos casos. “Não adianta incrementar custos se não há uma entrega de resultados melhor do que a obtida com equipamentos anteriores”, afirma.
Com a implementação dos recursos corretos, seja na área de inteligência artificial ou de análise de dados, o sucesso da transformação digital no setor da saúde já é realidade. Segundo o vice-presidente de RH da Rede D’Or, Mauro Sampaio, “uma parceria com a Microsoft possibilitou a redução de 20% no número de infecções na UTI por meio da análise de indicadores da unidade e intervenções nos problemas identificados”.
Outra instituição que está em processo de transformação digital é a Med-Rio Check-up, que está alimentando seus bancos de dados a partir de resultados de exames. As informações coletadas são inseridas em um sistema capaz de avaliar fatores de risco e, então, criar programas personalizados para os pacientes.
O futuro da saúde com a transformação digital
A previsão dos analistas é de que o processo de transformação digital contribua para um aumento significativo da expectativa de vida da população. Para se ter dimensão do alcance das tecnologias, em 2020, o número de informações médicas devem dobrar a cada 73 dias, incluindo dados de exames, pesquisas e observações de pacientes. Nesse sentido, empresas vêm trabalhando no desenvolvimento de sistemas que auxiliem a atualização de protocolos, padronizando e otimizando o tempo dos médicos. Esses sistemas dão apoio às decisões dos profissionais, disponibilizando informações que ajudam nas conclusões diagnósticas.
Além disso, soluções que facilitam a gestão médica também vêm sido criadas. Por conta da rotina intensa dos médicos, a Stefanini Health lançou aplicações de escalas digitais para acompanhar o trabalho dos profissionais. A plataforma disponibiliza lembretes e auxilia no controle de tarefas burocráticas. “As vantagens são o ganho de tempo dos gestores médicos para realizar atividades administrativas, o melhor monitoramento dos profissionais e a gestão e controle das horas”, comenta Mirna Machado, diretora da companhia.
Como pode ser observado, existe um vasto campo para a transformação digital aplicada à saúde. Seja com a adoção de robôs cirurgiões ou com sistemas de padronização de relatórios médicos, a implementação das tecnologias disponíveis vêm fazendo a diferença no setor. Cabe, agora, o estabelecimento de estratégias para que os programas de digitalização sejam praticado de forma eficaz, tendo em mente, principalmente, que a escolha das soluções estejam de acordo com os objetivos da instituição, centralizando os esforços em quem mais será favorecida: a população.