Já pensou em trabalhar em um modelo de negócio que lhe permita realizar projetos, tanto de forma autônoma quanto para grandes corporações, estando em qualquer lugar do mundo?
Pois é, esse é um estilo de vida que está ganhando cada vez mais adeptos, sobretudo os jovens, cansados daquela rotina engessada e estressante do mercado tradicional.
Trata-se do nomadismo digital, uma evidência de que as novas tecnologias estão alterando completamente as relações humanas e de trabalho — para melhor.
Mas o que realmente significa ser um nômade digital? É isso que você vai descobrir neste post. Acompanhe as próximas linhas.
De onde saíram os nômades digitais?
Embora ainda pouco difundido no Brasil, esse termo não é tão novo assim. Um dos primeiros registros da expressão “nômade digital” data de 1997 e foi cunhada no livro Digital Nomad, de Tsugio Makimoto e David Manners. À época, a obra foi considerada “um grande insight sobre o estilo de vida no futuro”, como afirmou o então presidente da Casio Computer, Kazuo Kashio.
Mas a publicação mais popular sobre o tema chegou às livrarias somente em 2007 e se tornou um best-seller. Intitulado The 4-Hour Work Week (Trabalhe 4 Horas Por Semana, traduzido pela editora Planeta), de Tim Ferris, explica como escapar do mercado convencional e viver em “qualquer lugar”, ganhando dinheiro.
Em essência, o nômade digital é uma pessoa que utiliza a tecnologia para trabalhar de forma remota, sem depender de um endereço fixo. Os adeptos desse estilo de vida desejam ter liberdade geográfica e de horário. A grande diferença entre pessoas que saem para viajar e aproveitam o tempo para trabalhar é que os nômades digitais assumem definitivamente a condição de trabalhadores móveis.
Em geral, possuem endereços temporários e querem ter a possibilidade de passar suas vidas trabalhando em diferentes países — muitas vezes em lugares realmente remotos, desde que tenham em mãos dispositivos móveis, um notebook e internet estável de alta velocidade ou 4G. Dessa forma, há nômades conduzindo negócios extremamente lucrativos all over the world graças à transformação digital.
Como o nômade digital trabalha e se sustenta?
Uma das principais características do nômade digital é o empreendedorismo, independentemente de sua área de atuação. Desde que o profissional seja um especialista e tenha a estratégia correta, um sem-número de profissões pode ser facilmente adaptado ao nomadismo digital. Basta ser possível executá-la com o suporte da tecnologia. Veja algumas áreas que estão em alta:
- programação de TI;
- webdesign;
- marketing digital;
- gestão de redes sociais e blogs;
- produção de conteúdo para web;
- videomaker;
- fotografia;
- e-commerce;
- tradução e revisão;
- consultoria online;
- venda de palestras;
- influência digital;
- gestão de projetos;
- ensino e pesquisa.
No entanto outras profissões mais tradicionais também podem ser convertidas ao nomadismo digital. Engenheiros e arquitetos, representantes de multinacionais e investidores do mercado financeiro são alguns exemplos. O que os diferencia do mercado tradicional é como esses profissionais vão criar oportunidades de negócio a partir de seus conhecimentos acadêmicos e experiência.
Os nômades digitais também desconhecem o significado da palavra “férias” e levam o trabalho para onde forem. Para os iniciantes que desempenham o trabalho freelancer já existem, inclusive, plataformas que permitem negociar com empregadores e ampliar o networking.
É o caso da Workana, 99freelas e freelancer.com. Se o profissional já tiver uma carreira consolidada, ele pode continuar prestando serviços para clientes antigos e fugir da cobrança de taxas por intermediação.
Há gente bem-sucedida nesse estilo de vida?
Embora o trabalho remoto ainda seja uma novidade no Brasil, há inúmeros casos de pessoas muito bem-sucedidas que deixaram seus escritórios físicos e o estresse das grandes cidades para empreender como nômades digitais.
Um dos pioneiros é Marcus Lucas, o primeiro empreendedor nômade a palestrar no TEDx. É proprietário do site Libertação Digital e especialista em automação de negócios online. Ao longo dos últimos anos, morou em cinco países e se envolve no desenvolvimento e criação de novos produtos e serviços digitais.
Já Matheus de Souza foi considerado pelo LinkedIn o terceiro brasileiro mais influente da rede. O escritor catarinense produz artigos sobre empreendedorismo, marketing digital e produtividade, a fim de ajudar pessoas físicas e empresas a resolverem problemas em seus negócios.
Ele é proprietário dos sites befreela.com e matheusdesouza.com. Trabalha de forma remota ao redor do mundo produzindo conteúdos para gigantes como Google, Coca-Cola e PesiCo, além de ser influenciador digital e incentivar mais pessoas a se tornarem nômades, como ele. Seus sites já foram vistos por mais de 10 milhões de pessoas.
Outro exemplo é o casal Eme Viegas e Jaque Barbosa. Eles são criadores dos blogs Hypeness, Casal Sem Vergonha e Nômades Digitais que, juntos, somam mais de 12 milhões de leitores por mês, gerando uma renda de R$ 2,5 milhões anuais, com uma equipe de mais de 20 pessoas — todas elas espalhadas pelo mundo.
O que é preciso para ser um nômade digital?
Se esse estilo de vida despertou sua vontade de jogar tudo para o alto e cair na estrada, lembre-se de que é preciso se preparar. Confira algumas dicas para aderir ao nomadismo digital:
01. Reconheça seu perfil profissional
Os nômades digitais facilmente se adaptam aos cenários mais distintos e conseguem “montar” seu escritório até embaixo do guarda-sol. No entanto há muitas pessoas que jamais trocariam a rotina do escritório tradicional, com horários bem regrados.
Então, a primeira dica é reconhecer em si a capacidade de manter o foco e a perseverança para cumprir suas metas de trabalho, independentemente do lugar paradisíaco onde esteja. Um dos principais inimigos do nômade digital é a procrastinação.
02. Desenvolva o desapego
Se você nunca viveu a experiência de desapegar-se da família, dos animais de estimação e, principalmente, de seus bens materiais, saiba que uma das regras dos nômades digitais é o minimalismo.
Esqueça o consumo desenfreado. Os nômades digitais valorizam muito mais as experiências e estão habituados a constantes rupturas, o que exige o desenvolvimento de sua inteligência emocional e pouca coisa para carregar.
03. Planeje sua estadia
Antes de cair na estrada, é necessário organizar toda a logística para você conseguir trabalhar e viajar. Isso implica decidir os destinos com melhor custo-benefício, vasculhar ofertas de hospedagem e passagens, conhecer espaços de coworking e locais que ofereçam wi-fi (grátis, de preferência).
Antes de decidir a hospedagem, é fundamental confirmar, com os anfitriões, a estrutura de conexão e equipamentos eletrônicos oferecidos no local, para evitar apuros.
Vale lembrar que um nômade digital é um profissional como outro qualquer. Emite notas fiscais, precisa ter conta em um banco, realiza ligações etc. E como está distante de sua família, seguros saúde, de viagem e de vida são indispensáveis.
04. Organize uma estratégia de trabalho
Independentemente da função que vá desempenhar, é necessário definir como será seu modus operandi e ter disciplina. Isso significa criar uma escala de trabalho condizente com sua capacidade de produção, definir horários de descanso, lazer, alimentação e afazeres domésticos, seguindo-os à risca.
Se seu trabalho depender de sua produtividade, reconheça quais são os horários do dia em que você consegue ser mais produtivo. Lembre-se de que você precisa adaptar-se aos fusos horários dos seus clientes ou empresas para os quais trabalha.
Ser um nomade digital é uma experiência valiosa, pois permite que você amplie sua qualidade de vida ao ter horários flexíveis ao mesmo tempo em que realiza o sonho de conhecer lugares incríveis, ganhando dinheiro.
Para quem é gestor de uma empresa, adotar o trabalho remoto dos nômades digitais garante profissionais mais engajados e felizes, que contribuirão para o crescimento do seu negócio com muita criatividade.
Você gostaria de adotar esse estilo de vida ou contrataria nômades digitais para integrar seu time?