Você já parou para pensar qual é o futuro da indústria automobilística no Brasil e no mundo? Com um aumento crescente de novos conceitos de transporte, como o já tão famoso Uber e o inovador Lyft, como será o comportamento das grandes montadoras para um futuro próximo?

A indústria automotiva espera se renovar, seguindo novas tendências disruptivas para criar novos produtos que atendam os anseios de um novo público preocupado não só em adquirir um meio de locomoção, mas também com questões sociais e ambientais.

Para que você possa entender essa nova era de transformação digital pela qual a indústria automobilística vem passando vamos ver como as montadoras estão se preparando para o futuro e o que esperar desse setor.

Indústria automobilística no Brasil

A indústria automotiva do Brasil se desenvolveu com base em montadoras estrangeiras que aqui se estabeleceram, principalmente na região do ABC paulista, e receberam diversos incentivos por parte do governo para a produção de veículos.

Hoje, cerca de 90% dos automóveis circulando dentro dos limites do país foram fabricados por aqui e a indústria automobilística emprega em torno de 500 mil trabalhadores em toda a cadeia de produção, ou seja, empregos diretos.

No entanto, quando pensamos também em distribuição, venda e manutenção, o número de trabalhadores indiretos que dependem dessa indústria é enorme no Brasil.

Contudo, o modelo utilizado em nosso país é ineficaz e acaba por deixar os automóveis mais caros ao consumidor final, inviabilizando muitas vezes o escoamento de toda a produção da indústria.

Aqui, a política atual utilizada pelas montadoras é a realização de todas as etapas produtivas em um só local, enquanto que os grandes players do mercado distribuíram centros distintos pelo mundo onde fabricam separadamente cada item.

Um dos principais empecilhos para que a indústria do país evolua e siga a nova tendência das gigantes do mercado são os excessos fiscais e a perda de incentivos que vêm alimentando o setor desde o princípio.

É preciso que não só as montadoras busquem uma mudança para se adequar ao futuro, mas também é necessário uma sensibilidade por parte do governo para a nova realidade do mercado automobilístico.

As novas soluções em transporte

É a vez da nova geração, nascida e crescida na era digital, entrar na cadeia de consumo e entre os itens que se espera que sejam adquiridos está um automóvel. No entanto, esses novos consumidores estão crescendo com valores diferentes e um carro já não tem o apelo que existia com outras gerações.

Empreendedores digitais perceberam a nova demanda por locomoção sem a necessidade de compra de um veículo e acabaram por desenvolver diversas alternativas para auxiliar a nova geração em sua necessidade de locomoção.

Com certeza você já deve ter ouvido falar na Uber, não é mesmo? A empresa, fundada em 2009 por Travis Kalanick e Garret Camp, começou nos Estados Unidos e hoje está presente em diversos países, inclusive no Brasil.

A organização é avaliada em quase 20 bilhões de dólares, o que demonstra o poder das novas ideias de transporte. Seu aplicativo permite que o usuário “peça uma carona” e remunere o motorista pelo trajeto de uma forma segura e simples.

Lyft também é uma empresa americana que olhou o transporte automotivo com outros olhos e investiu no desenvolvimento de um aplicativo de caronas solidárias. Com o sistema, é possível encontrar caronas entre cidades do país e conhecer o motorista para se sentir mais seguro.

A indústria 4.0 e o setor automotivo

Para manter e melhorar os resultados da indústria automobilística é preciso realizar investimentos em novas tecnologias visando a produtividade. É aqui que entra a visão de indústria 4.0.

Esse conceito, relativamente novo no mercado, está ligado ao desenvolvimento de novas tecnologias produtivas e de automação para a modernização da planta de produção.

O principal objetivo do uso dos recursos digitais é a diminuição de custos, minimização de erros e falhas que podem ocorrer durante a cadeia produtiva, melhor utilização dos recursos e o aumento de produção.

Infelizmente, aumentar o número de veículos não significa aumentar o número de empregos, uma vez que a indústria 4.0 preconiza a utilização de automação, o que diminui a necessidade de trabalhadores na planta de produção.

No entanto, com o desenvolvimento de técnicas e maquinários modernos para a linha de montagem, novas funções são criadas, como manutenção de robôs, onde se necessita maior qualificação e existem melhores salários.

As ideias disruptivas

Para se adequar à nova realidade do mercado e os anseios de uma nova geração, a indústria automobilística deve estar de olho nas novas demandas existentes hoje na sociedade. Entre as principais, temos:

Carros elétricos

Existe uma preocupação com o meio ambiente hoje que não existia há alguns anos atrás. Isso começou com a necessidade da indústria em reduzir as emissões de CO² no ar.

Hoje, essa questão já não é mais suficiente para que um veículo se diferencie. A busca por automóveis totalmente eletrificados e que não dependam de combustíveis fosseis para rodar só aumenta.

Com isso, estamos presenciando a corrida entre as gigantes do mercado para a produção de um veículo popular que responda a esses anseios da população, a emissão nula de CO².

Veículos autônomos

Você já deve ter ouvido falar sobre o carro autônomo do Google, certo? Pode parecer uma ideia um tanto quanto distante, mas ela está muito próxima de ser realizada.

Existem cinco estágios para a automação completa de um veículo e hoje já temos tecnologia suficiente para a fase 3, ou seja, estamos quase produzindo veículos que se dirigem por conta própria.

Esse tipo de automóvel transfere muito mais confiança ao seus ocupantes e a ideia é que, com a presença de veículos autônomos nas estradas, o número de acidentes seja significativamente diminuído.

Digitalização

Hoje todos nós temos um dispositivo móvel com conexão à internet. A popularização dos smartphones e a melhoria de conexão à rede permite que as pessoas estejam conectadas o tempo todo.

Quando estão dentro de seu veículo, não é diferente. A indústria estuda meios de melhorar a digitalização dentro dos automóveis e permitir uma conexão simples e rápida a quem esteja em seu interior.

Novos conceitos de mobilidade

Menos pessoas estão comprando veículos, pois elas podem utilizar-se de alternativas compartilhadas. Como a indústria automobilística poderia lidar com essa situação? A resposta pode estar na transformação do modelo de negócios das empresas.

O táxi-robô é um conceito novo, decorrente da automação de veículos e das novas necessidades de mobilidade. Com isso, a indústria poderia dispensar parte de sua produção como uma alternativa à compra do veículo, com o fornecimento de um serviço de táxi com carros autônomos.

Comparação entre a indústria atual e os novos meios de transporte

Já dissemos anteriormente que o modelo atual adotado no Brasil está com os dias contados. Cada vez mais consumidores deixam de se interessar pela compra de um veículo e isso representa menos receita para as montadoras.

Leia também: Qual o perfil do novo consumidor brasileiro?

A forma de fabricação empregada aqui, com a realização de todo o ciclo produtivo em apenas um local não é sustentável e é preciso que as empresas busquem se adequar ao padrão mundial para sobreviver.

Segundo dados da Fenabrave, Associação das Concessionárias de Veículos, 2017 apresentou o pior resultado na venda de automóveis novos em 11 anos, o que demostra o enfraquecimento do setor.

Já o mercado de novos meios de transporte segue em pleno crescimento. A Uber, por exemplo, está presente em mais de 100 cidades no Brasil e, segundo seu site, conta com 20 milhões de usuários.

Startups que oferecem alternativas de transporte também estão surgindo em grande velocidade. É o caso da Parpe, uma empresa que realiza a intermediação para o compartilhamento de veículos.

O que as montadoras precisam entender é que, hoje, facilidade de uso e tecnologia aliada a sustentabilidade são prioridade, em detrimento da aquisição de novo veículos. O desafio que elas precisam enfrentar agora é se adaptar a este novo cenário.

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