O Lollapalooza é um festival de rock alternativo que nasceu nos Estados Unidos em 1991 e inaugurou sua versão brasileira em 2012. Uma característica marcante do evento é a experiência proporcionada pelas marcas envolvidas com a iniciativa.
Várias ações são interessantes. Elas formam um conjunto que demonstra diferentes possibilidades de uso do poder da arte em engajar pessoas e marcas. Devido ao nosso propósito, vamos lhe demonstrar isso focando nas iniciativas que usam da tecnologia para criar esse efeito.
De qualquer forma, seja você ou um profissional da área de eventos ou não, é importante refletir sobre como essa união entre arte, tecnologia e marcas tem um efeito especial. A descontração proporcionada pela música e o ambiente favorecem a criação de uma experiência lúdica e única.
Essa relação contribui para criação de laços mais fortes e autênticos com o público em um nível difícil de conseguir com outros tipos de ação. Vejamos então as iniciativas mais importantes do evento.
Cashless
As pulseiras já são bastante comuns em qualquer evento, mas as cashless são uma versão tecnológica do acessório que usa RFID, um recurso importante da IoT. Não é exatamente uma novidade, pois já foram usadas em outros festivais, mas no caso do Lollapalooza elas são utilizadas como ingresso e para todas as transações comerciais dentro do evento.
O RFID “Radio-Frequency Identification” é um sistema de identificação que utiliza frequências de rádio com várias aplicações. No caso do festival, um chip instalado na pulseira pode ser carregado com dados, inclusive de créditos para serem gastos na compra dos produtos e serviços disponíveis no local.
Basta aproximá-la de um leitor para que a transação seja concretizada. Além disso, a pulseira identifica cada participante depois que ele se cadastra no site e o utensílio pode ser enviado pelo correio ou retirado no local.
A diminuição de filas e praticidade de pagamentos têm efeitos evidentes na experiência. Afinal, um problema em eventos desse porte é a grande circulação de pessoas. Essa movimentação testa a paciência dos participantes e pode até gerar conflitos.
Outro aspecto é justamente a segurança. Como os créditos valem para todas as compras efetuadas no local, não é necessário levar dinheiro. Mas a aplicação do sistema cashless não está limitada a essa função e vale a pena fazer uma pausa para tratar disso.
Outras aplicações
Na Inglaterra, os proprietários de alguns automóveis da marca Jaguar podem usar o mesmo sistema para efetuar pagamentos de combustível nos postos da Shell. Um aplicativo acessado na tela do kit multimídia permite a seleção da quantidade de abastecimento e o pagamento imediato utilizando o cartão de crédito cadastrado no APP.
No caso de eventos, um sistema de geolocalização integrado as cashless poderia monitorar o comportamento dos participantes detalhadamente. A forma como se movimentam, os espaços em que permanecem e os serviços com mais tempo de espera são exemplos de informações importantes que poderiam contribuir significativamente com a melhora da experiência.
Como os dados de cada usuário estão cadastrados, ainda seria possível cruzar informações de acordo com cada perfil, como idade e gênero. Apesar de tecnicamente possível, não encontramos noticias de que esses recursos estejam sendo utilizados no festival.
Bar interativo
A proposta da Fusion Energy Drink foi a instalação de um bar high tech interativo e gratuito no evento. Por meio de uma tela touch, o sistema oferece a opção de escolha entre 20 drinks desenvolvidos para a ocasião.
Pode parecer uma ação comum, mas a boa experiência está totalmente ligada à simplicidade, ainda mais em eventos cheios de atrações. Afinal, quem está ali para perder tempo com complexidades?
Wireless secreto
A Doritos irá disponibilizar um espaço exclusivo com uma rede sem fio secreta. Durante o evento, os participantes serão surpreendidos com ações da marca. Além disso, eles verão suas imagens projetadas em uma pirâmide gigante instalada no local.
Obviamente as ações não foram reveladas, mas o importante de observar é que os recursos utilizados não são mais tão surpreendentes. O estágio atual que a Transformação Digital está mudou a percepção que temos sobre essas novidades. Cada vez mais, o que um dia foi incomum se tornará imprescindível.
Skol Messenger
A marca de cerveja oficial do festival promete um espaço com paredes desconstruídas para criar um ambiente único, intervenções artísticas e o uso da tecnologia para estimular conexões. Trata-se de um aplicativo de mensagens: o Skol Messenger.
As pessoas poderão se cadastrar e trocar mensagens entre elas. Além disso, a brincadeira inclui a possibilidade de colar um pôster com foto e código de identificação, que permitirá iniciar mensagens direcionadas.
Nesse caso, vale apena observar que a interatividade humana está presente em várias campanhas da marca. As peças publicitárias veiculadas em todo o tipo de mídias, mesmo as tradicionais, formam um conjunto que identifica a marca.
Essa observação é importante porque o simples uso da tecnologia não é garantia da criação de sinergia e engajamento entre públicos e marcas. Por mais impactante que seja uma ação ocorrida em um evento, à comunicação tem seu efeito potencializado quando mensagens similares são passadas continuamente.
Físico + Digital
A marca de desodorantes AXE criou uma espécie de “Caça aos Ingressos” buscando engajar os interessados nas redes sociais. Ingressos gratuitos estarão oferecidos para quem conseguir cumprir missões em lugares estratégicos da cidade de São Paulo.
Para cumprir as tarefas, os participantes precisarão seguir dicas publicadas nas redes sociais. Embora seja uma iniciativa prévia, ela proporciona uma experiência divertida que gera alto engajamento com as marcas, aumenta a audiência nas redes e permite grande interação entre os indivíduos do público.
Foi importante mencionar essa ação porque ela nos lembra de que a experiência não inicia no dia e local do evento. Cada interação prévia e posterior adiciona sensações, impressões e reações que formam o todo da vivência de cada indivíduo. Boas experiências prévias geram uma expectativa positiva que ajuda a criar uma ambientação favorável no dia do evento.
Gamification
O banco digital Next, financiado pelo Bradesco, criou um game que pode ser jogado em um computador ou celular. O personagem principal é uma vaquinha, mascote da marca, que precisa ser conduzida numa caça.
De acordo com o número de moedas coletadas em cada fase, o personagem poderá cair em um brejo ou num ambiente que representa o festival. Nesse caso, o jogador ganha um par de ingressos. No evento, a marca ainda vai instalar uma vaca mecânica rodeada de câmeras 360°. O público poderá usar o recurso para compartilhar vídeos de ação.
Para concluir, o Lollapalooza demonstra claramente que a experiência, necessariamente, não depende de recursos tecnológicos complexos. É a criatividade na aplicação das alternativas oferecidas pela Transformação Digital que pode garantir uma experiência especial. Agora, falta entendermos um pouco melhor como podemos fazer isso.
Acesse a postagem: “Transformação Digital em eventos: reinventando experiências” para entender à fundo como esta nova era está mudando a forma como vivenciamos eventos!
Imagens: Divulgação