Um grupo de acadêmicos e inventores estão desafiando o sistema de atribuição de patentes. De acordo com informações do InformationAge, os pesquisadores desejam nomear uma plataforma de inteligência artificial (IA) como inventora de dois produtos.
Liderados pelo professor Ryan Abbott, da Universidade de Surrey, na Inglaterra, os pesquisadores envolvidos no projeto defendem que o sistema de IA, batizado como Dabus, deve receber o crédito pelas invenções: a primeira é um conjunto de recipientes de alimentos interconectados de fácil manipulação por robôs. Já o segundo é uma luz de alerta que pisca em um ritmo semelhante à atividade neural, impossível de ser ignorada por seres humanos. Os pedidos de patente foram registrados na Europa e nos Estados Unidos.
Desenvolvido por Stephen Thaler em 1994, o Dabus, ou “The Creativity Machine”, como é mais comumente conhecido, é um sistema computacional que pretende replicar a cognição humana. Apesar disso, os escritórios de patentes exigem que as invenções sejam creditadas apenas a seres humanos. Isso significa que, sob a lei atual, apenas uma pessoa é capaz de ser nomeada como inventora, ficando o sistema de IA compreendido como uma ferramenta utilizada para facilitar a inovação.
Os pesquisadores do projeto Dabus acreditam que a postura dos escritórios está desatualizada. Para eles, os sistemas de IA devem ser nomeados como inventores, enquanto o dono da máquina deve ser considerado o proprietário da patente. Segundo Abbott, essa medida garantiria a proteção legal necessária para as criações.