O bombardeio diário de informações tem tornado a disputa por atenção do consumidor cada vez mais acirrada. Os mais diversos setores brigam para atrair o público, incluindo anunciantes, mídias, redes sociais, política, religiões, aplicativos. Mas será que há formas de escapar desses excessos?

Para dar conta da concorrência intensa pela transmissão de informações, está surgindo uma revolução tecnológica para permitir um novo mundo de fones de ouvido e aparelhos auditivos inteligentes. De acordo com informações do ComputerWorld, neste ano a indústria investirá em diversos produtos que prometem dar total controle sobre o que as pessoas ouvem e prestam atenção.

Alguns fones de cancelamento de ruído já estão disponíveis no mercado. Esses dispositivos captam o ruído do ambiente, trocando-o por ondas sonoras opostas. Além disso, os aparelhos contam com microfones com a funcionalidadede de isolar a voz do usuário do ruído ambiente durante as conversas, sejam elas pessoalmente ou por telefone. Para tornar sua utilização ainda mais simples, os fones dispensam o uso de aplicativos ou smartphones para o seu controle.

Um dos pontos interessantes da tecnolgia não é o cancelamento do ruído em si, mas sim sua aplicabilidade no dia a dia. Ao utilizar o dispositivo atrelado ao laptop, por exemplo, caso seja iniciada uma chamada telefônica o fone pausa a música e diminui o ruído do ambiente, beneficiando ambos os interlocutores. Ao término da chamada telefônica, o dispositivo retorna a reprodução do som do laptop e o cancelamento de ruído.

Dispositivos auditivos inteligentes

Dentro do mercado de dispositivos auditivos inteligentes já há modelos de destaque, como o Jabra Elite 85h, que oferece um modo chamado “SmartSound”, capaz de analisar os sons ambientes e silenciá-los com base em demandas específicas. Segundo a fabricante, o aparelho permite o cancelamento de ruídos de forma flexível: conforme o usuário se desloca de um ambiente ao outro, os ajustes necessários são realizados automaticamente.

Outro dispositivo presente no mercado é o WF-1000XM3, da Sony, equipado com um sistema de cancelamento de ruído ativo (funcionalidade rara para auriculares sem fios). Também estão disponíveis os óculos inteligentes otimizados para áudio Bose Frames, que contam com sensores e alto-falantes embutidos capazes de direcionar o som para os ouvidos do usuário sem tampá-los.

Como pode ser observado, esses três modelos oferecem uma pequena amostra do futuro do gerenciamento de atenção aprimorada por inteligência artificial. Para os próximos anos, a expectativa é de que as pessoas sejam capazes de focar sua atenção com base nas necessidades do seu contexto.

Smartwatches ou fones de ouvido?

Atualmente, os smartwatches dominam o mercado de wearables, principalmente pelas suas funcionalidades de monitoramento de condicionamento físico e de dados biométricos. Mas os fones podem ir além. Para Poppy Crum, neurocientista da Universidade de Stanford e cientista-chefe da Dolby Laboratories, é possível que os dispositivos auditivos sejam formatados para monitorar o estado mental dos usuários: “o ouvido humano é como uma porta USB para o cérebro, o local ideal para ‘ler’ e ‘escrever’ para o cérebro”. Pensando nisso, os aparelhos podem se tornar capazes de detectar, por exemplo, sensações de estresse e atuar de forma autônoma para reduzir o desconforto.

Segundo os especialistas, em 10 anos os aparelhos auditivos ultrapassarão os smartwhatches. Esse crescimento deverá ser motivado, principalmente, pela cultura do excesso de informações. Uma pesquisa recente, realizada pela Bitkom Research, na Alemanha, descobriu que quase metade de todas as pessoas que usam fones de ouvido fazem isso para silenciar seus arredores. Outros 42% os utilizam como um sinal para que outros não os perturbem; e cerca de 20% utilizam os dispositivos para melhorar a concentração no trabalho. Ou seja, mesmo sem o gerenciamento de som por inteligência artificial, as pessoas já estão usando instintivamente fones de ouvido comuns para assumir o controle de sua própria atenção.

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