De acordo com informações do Estadão, o polêmico Ian Pearson, bacharel em matemática e física e fundador da Futurizon, afirmou recentemente que a inteligência emocional será o grande diferencial dos profissionais nas próximas décadas. O futurologista, que atuou na empresa de telecomunicações britânica BT Group de 1991 a 2007, revelou que, por conta da automação, cada vez mais os colaboradores se destacarão pelas suas habilidades emocionais e sociais.
Denominados como “cobots”, os trabalhos de atuação bilateral realizados por humanos e robôs deixarão a cargo da inteligência artificial atividades repetitivas e entediantes, permitindo que os humanos tenham tempo para atuar nas áreas que realmente importam. “A não ser que aconteça uma inovação sem precedentes, acho que pelos próximos 10 a 20 anos a inteligência artificial não vai conseguir realizar essas tarefas que exigem habilidades essencialmente humanas. No médio prazo, vejo os humanos saindo das funções que exigem um QI elevado para as que necessitam de QE, um quociente emocional, mais apurado”, explica Pearson.
Quanto aos impactos no desemprego diante dessas novas perspectivas, Pearson compara a época do surgimento de caixas eletrônicos, enfatizando que, com a colaboração da máquina, permite-se uma produtividade maior das pessoas, incluindo a criação de novos cargos e funções. Além disso, o futurologista acredita que as máquinas não serão substitutas dos seres humanos em funções que demandem empatia, afeto e cuidado. “Por mais avançada que uma máquina ou inteligência artificial seja, essas funções que exigem um contato humano são insubstituíveis”, acrescenta.
Para que os profissionais se mantenham relevantes no mercado de trabalho, Pearson defende o investimento em inteligência emocional. Essa tendência já pode ser observada, por exemplo, com o aumento do número de profissionais se dedicando ao coaching. “Uma das funções que mais vemos crescer atualmente são relacionadas de alguma forma a coaching, ensinar outras pessoas habilidades que elas não sabem ou precisam de um aprimoramento. Com mais tempo livre por conta da automação, vamos ter de aprender novas coisas e há uma categoria profissional se especializando nisso. Não se trata apenas de ensinar novas habilidades, mas também aprimorar relações interpessoais e se tornar um líder melhor.”
Com todo esse movimento, Pearson acredita que algumas funções desaparecerão, tais como a de contador, agente de viagens e até mesmo a de cirurgião. Já as principais tendências têm relação com a impressão 3D, inteligência artificial e robótica. “Como resultado final da inteligência artificial, da robótica e da automação, poderíamos ver 5 trilhões a mais na economia mundial. Há dois anos estávamos com medo da automação e, de repente, ela é a melhor coisa que já aconteceu. Estamos começando a ver ciclos muito positivos agora, quase diariamente”, completa o futurologista.