A automação está mudando a relação dos colaboradores com o trabalho. De acordo com um relatório da McKinsey Global Institute (MGI) de 2018, a demanda por habilidades tecnológicas aumentará em 55% até 2030. Segundo as informações, a estimativa é de que 14% da força de trabalho global pode precisar mudar de categoria ocupacional por conta das mudanças digitais.

Para chegar aos resultados, a pesquisa analisou quantos empregos deverão ser substituídos pela automação e quantos novos serão criados. De fato, não há dúvidas de que as novas tecnologias vêm mudando a execução de diferentes ocupações, mas para os analistas, isso exige que as empresas passem a investir em treinamentos para permitir que a força de trabalho atual passe pela transição.

“Estamos chegando ao ponto de inflexão da automação, mas também de outras tecnologias digitais, que são igualmente transformadoras”, explica Katy George, sócia sênior da McKinsey e membro do Conselho do MGI. Para os especialistas, os trabalhos repetitivos devem ser automatizados, enquanto outras funções podem ser melhoradas com recursos digitais e analíticos. “Em quase todos os empregos no mundo, especialmente nas operações e na cadeia de suprimentos, o que as pessoas fazem diariamente mudará”, completa.

Recapacitar ou contratar novos talentos?

Apesar de parecer mais simples contratar trabalhadores qualificados para assumir as funções mais técnicas, grande parte das empresas está investindo na recapacitação de seus colaboradores. Por conta da evolução tecnológica, as pessoas de todos os níveis terão que continuar a desenvolver novas habilidades. Além disso, contratar novos colaboradores, além de caro, não é tarefa fácil.

Evidentemente a requalificação também exige empenho e investimento. O tempo para a realização de treinamentos é um dos maiores desafios. Outro ponto é o custo, já que as empresas podem precisar financiar seus esforços de reciclagem por conta própria. Sobre o assunto, as companhias utilizam modelos diferentes, seja pagando diretamente as aulas, oferecendo-as internamente ou reembolsando os valores de programas de treinamentos externos. Além disso, as empresas precisam ter em mente que a requalificação é um processo contínuo, o que torna necessária a criação de programas para promover a aprendizagem ao longo de toda a carreira dos funcionários.

Como funciona a requalificação?

De acordo com os especialistas, a requalificação pode funcionar em diferentes formatos. Empresas como Walmart, SAP e Amazon estão oferecendo aulas internas ou reembolso para certificações específicas. Além disso, as empresas podem fazer parceria com escolas e outros institutos de ensino.

Entre as habilidades necessárias para colaboradores de empresas que estão passando pela transformação digital está a capacidade de solução de problemas. Entender como funcionam os sistemas e as máquinas permite que o trabalhador tenha criticidade sobre os processos e aprenda a corrigir possíveis falhas.

Outra área para recapacitação a se investir é de habilidades interpessoais. Se a automação pode substituir diferentes tarefas, restam ainda diversas que só podem ser executadas por humanos, incluindo a liderança, tomada de decisão e gerenciamento.

Crescimento de novos empregos vs automação

Mesmo em empresas totalmente automatizadas, são necessários técnicos que entendam e saibam consertar robôs e outras máquinas com agilidade. Dessa forma, as grandes empresas têm investido em equipes de manutenção internas para evitar problemas nas linhas de produção ou para interferir rapidamente caso alguma falha seja detectada.

Muitos trabalhadores estão preocupados com a possível substituição de seus cargos por robôs e novas tecnologias, mas os especialistas acreditam que o cenário não será assim. Fábricas de todo o mundo vêm conquistando melhorias de desempenho significativas como resultado das inovações tecnológicas, atraindo maior volume de trabalho e, consequentemente, de contratações.

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