Não é novidade para ninguém que o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e impenetrável para aqueles que não possuem diploma de ensino básico e/ou superior. No entanto, alguns dados preocupantes sobre o contexto atual desta situação no Brasil precisam ser revistos.

O Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) ouviu profissionais com até cinco anos de formados. Em dois anos, só 33% deles conseguiram trabalho na área de formação; 58% dizem que não passam nas entrevistas de emprego porque não têm experiência; e só 25% entraram na área em menos de três meses.

Isso se deve, principalmente, à necessidade do mercado por profissionais mais qualificados e cujo currículo seja destaque perante as grandes massas.

De acordo com dados divulgados nos últimos anos pela QS, provedora de pesquisas para o ensino superior e escolas de negócios globais, a demanda no Brasil é por trabalhadores com Master of Business Administration (MBA), que apresentou um aumento de 16% no último ano.

Neste artigo iremos discorrer sobre o que é e os principais impactos da formação continuada para o seu desenvolvimento profissional.

O que é a Educação Continuada?

A educação continuada é um conceito de aprendizagem que consiste na ideia da constante qualificação do indivíduo no âmbito acadêmico e profissional e portanto considerada um modelo de aprendizagem pós-ensino, praticada após a educação básica e secundária, influenciando o ingresso do estudante em cursos livres e de pós-graduação.

Os diferentes tipos de cursos de pós-graduação

Existem dois diferentes tipos de segmento dentro da educação continuada; os cursos stricto sensu, em que incluem-se os mestrados acadêmicos e profissionais, doutorados e pós-doutorados e os cursos de sentido lato sensu que comportam especializações e MBAs.

Os programas stricto sensu têm foco na formação de pesquisadores e professores universitários – ou seja, são, no geral, indicados para quem segue carreira acadêmica.

Já os cursos lato sensu são a opção ideal para quem já tem uma rotina diária de trabalho e busca aperfeiçoamento profissional.

Nesse artigo você encontra mais informações sobre cada um destes diferentes tipos de pós-graduação: Vale a pena investir em educação continuada?

Os melhores MBAs da América Latina

O termo MBA vem do inglês Master In Business Administration. Trata-se de especialização na área gerencial ou administrativa. Costuma ser procurado por empreendedores em profissionais que atuam no mundo corporativo e possui carga mínima de 360 horas.

De acordo com o Estadão Guia do MBA, 2 mil instituições competem pela liderança no ensino da Administração em todo o Brasil.

Apesar de as instituições tradicionais se destacarem pela reputação, há milhares de opções de programas altamente competentes, com prestígio no mercado e plataformas de conteúdo modernas e interativas.

No entanto, um bom referencial para apresentar os cursos de MBA no Brasil é o mapeamento recente do site Ivy Exec, membro da EMBAC (Executive MBA Council), que reúne os principais MBAs do mundo.

Cinco programas de MBA executivo brasileiros apareceram entre os melhores da América Latina no ranking de 2018.

  1. Executive MBA – FDC: o programa da Fundação Dom Cabral ficou em segundo lugar entre os melhores MBAs executivos da América Latina, atrás apenas da Escola de Negócios da Universidade da Costa Rica.
  2. MBA Executivo – UFRJ: o MBA Executivo do Instituto Coppead de Administração da UFRJ é composto por dois programas: visão generalista (300 horas) e ênfases (100 horas), com módulo internacional no exterior.
  3. MBA Executivo – Insper: o MBA Executivo do Insper também é voltado a executivos com experiência profissional superior a cinco anos, que procuram capacitação avançada para lidar com os desafios organizacionais do mercado.
  4. OneMBA – FGV: o OneMBA da Fundação Getúlio Vargas é um curso para gestores com experiência mínima de 7 anos que almejam se tornar líderes.
  5. Executive MBA – BSP: o Executive MBA da Business School São Paulo combina discussões sobre estratégias, operações e estrutura local e global das empresas.

A importância de se adequar às novas necessidades de ensino na era digital para fidelizar seus alunos

A união entre tecnologia e educação é um processo cada vez mais inevitável. Isso vai muito além de uma simples medida de atualização, pois é extremamente importante que os profissionais da área da educação estejam atentos às novidades, desde grupos de estudo em redes sociais até a atividades digitais interativas de aprendizagem.

De acordo com o censo EAD.BR, feito pela Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed), 2017 registrou um número recorde de matriculados: 7.773.828. Os cursos que têm ampliado seu número de alunos são os de nível superior e de pós-graduação lato sensu, segundo o relatório.

Os alunos dessa modalidade são quase 1,8 milhão, ou 21,2% do total de matriculados em todo o Ensino Superior.

Com este crescimento exponencial, é evidente que as instituições de ensino devem oferecer opções de cursos de pós-graduação em EaD para os seus alunos, uma vez que há uma alta demanda para este tipo de serviço.

Os cursos de curta duração e a necessidade de obter o diploma em um curto espaço de tempo

A oferta dos cursos de curta duração sofre influência da atividade econômica do setor e do mercado de trabalho.

Um exemplo recente da expansão da modalidade se deu por conta do crescimento dos setores de indústria naval e de petróleo e gás, que exigiu com urgência a entrada de profissionais atualizados no mercado.

Cada modalidade atende a um determinado patamar de formação e de projeto de vida. A graduação é a base, o primeiro degrau em uma carreira de nível superior. Ela marca a entrada em um patamar profissional diferenciado.

No entanto, cada vez mais os estudantes têm buscado opções de curta duração e que permitam uma formação rápida por conta da falta de tempo ou devido às crescentes demandas no ambiente de trabalho.

Os compromissos impedem que ele reserve longos períodos para estudo. Nesse caso, o aluno precisa potencializar os resultados alcançados dentro do menor espaço de tempo.

É importante que as instituições de ensino ofereçam estes cursos em seu portfólio, para atender a demanda que tende a crescer cada vez mais.

Dentre os diferentes tipos de cursos rápidos, estão:

Tecnológico (ou sequencial): voltado para a formação profissional em áreas tecnológicas. Tem como foco principal as necessidades do mercado de trabalho e por isso, são mais curtos com duração média de dois anos.

Livres: Diferentemente de um curso técnico ou de um curso de nível superior, o curso livre não requer uma formação anterior do estudante, logo, é mais acessível.

Como se trata do oferecimento de capacitações específicas, para assuntos pontuais, as empresas que ofertam cursos livres não precisam de autorização do Ministério da Educação (MEC) para criar esse tipo de treinamento.

O curso livre faz parte da modalidade de educação não formal, pelo fato de as capacitações não serem regidas por legislações específicas. Por exemplo, cursos de idiomas, de tecnologia, de empreendedorismo, de artes, de fotografia e de um ofício específico (costureira, pintor etc.) são considerados livres.

Como se adequar às novas necessidades e oferecer uma formação mais completa para o seu aluno

  • Faça uma pesquisa de mercado: entenda qual é a principal procura do seu público em termos de educação continuada e quais são os concorrentes diretos da sua instituição de ensino para o oferecimento destes.
  • Ofereça qualidade: busque o melhor corpo docente para os seus cursos de pós-graduação e garanta que o conteúdo seja igualmente qualificativo.
  • Tenha uma plataforma eficaz: em termos de EaD, o ideal é oferecer um site responsivo e plataforma interativa e de fácil acesso para o aluno. É importante que ele possa acessá-la de seu celular e que consiga encontrar facilmente as atividades e fóruns.
  • Trabalhe com uma tabela de preços competitivo: após entender o quê a concorrência oferece e quanto cobra por seus cursos, é hora de estipular preços acessíveis para o seu público. Investir em parceria com marketplace de bolsas de estudos é uma excelente estratégia.

Nesse artigo você pode ler mais sobre como segmentar o seu perfil de público no consumo de educação continuada: segmentação x perfil de consumo na pós-graduação: você está acertando no direcionamento?

Concluindo

Se capacitar é essencial para manter sua ocupação viva na Transformação Digital.

Cursar uma pós-graduação é o ponto de partida certo para você alcançar os saberes, habilidades e competências mais desejados e valorizados pelo mercado. Isso se dá porque no ambiente acadêmico você tem acesso à formação necessária para fazer do seu talento uma profissão.

Entretanto, não deixe de lado os cursos rápidos, destinados ao desenvolvimento de habilidades específicas, que darão tração ao seu aprendizado e farão você se adaptar com maior agilidade aos novos desafios do mercado digital!

 

Sérgio Fiúza

Diretor de mercado da Quero Educação Sérgio é diretor de Mercado da Quero Educação, startup que já inclui mais de 450 mil estudantes no ensino superior brasileiro por meio da concessão de bolsas de estudo. Além disso, construiu também carreira acadêmica, atuando como professor na Fundação Dom Cabral e Fundação Getúlio Vargas, além de participar de projetos no MIT e na Michigan State University.

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