No ano passado, o marketing de influência começou a ganhar bastante relevância entre especialistas e destaque nos principais fóruns de marketing nacional.

Só para se ter uma ideia, entre os anos de 2015 e 2017, o termo “Influencer Marketing” aumentou aproximadamente 500% no volume de buscas orgânicas do Google.

Isso muito em função de diversos artigos e publicações que retratavam o canal como a “próxima onda” do marketing digital, impulsionado pelo mercado norte-americano e europeu.

Porém, como todo mercado emergente que busca adquirir confiança e atingir maturidade, transpor as barreiras de falta de regulamentações, padrões claros e ausência de boas práticas são os principais desafio.

Por outro lado, o fato é que o marketing de influência já é uma realidade e está na pauta deste ano para boa parte das empresas. Não considerar isso na estratégia de marketing pode deixar de ser um diferencial competitivo.

O que esperar, então, do marketing de influência para 2018?

Confira as principais tendências para o marketing de influência este ano:

01. Mais investimento no setor

O crescimento das ações em redes sociais com influenciadores se tornou a grande estrela do mercado publicitário digital em 2017. Segundo estimativa da MediaKix, em 2018 o mercado de influenciadores no Instagram movimentará 1 bilhão de dólares, com previsão de dobrar os investimentos para 2019.

Outro dado relevante está no relatório da Linqia, apontando que 4 a cada 10 profissionais de marketing planejam aumentar os investimentos com influenciadores para o ano de 2018.

Esse aumento nos orçamentos sugere que as marcas estão compreendendo o valor do marketing de influência não apenas para aumentar o brand awareness, mas também para incorporá-lo em outras estratégias, como: lançamento de novos produtos, geração de leads, aumento de engajamento, etc.

02. Maior atenção às métricas de campanha

Com o aumento de investimentos no setor, medir e justificar os investimentos acaba sendo um desafio de muitas marcas que ainda tem dúvida sobre o verdadeiro retorno do trabalho com influenciadores.

Segundo relatório da Linqia, a prioridade para 78% dos profissionais que trabalham com marketing de influência corresponde a mensuração de campanhas e clareza sobre o ROI.

Isso acontece, principalmente, porque a maioria das ferramentas de marketing de influência disponíveis no mercado focam no processo inicial do trabalho, que é a pesquisa e identificação de influenciadores, enquanto uma parcela mínima se preocupa com as etapas de desempenho e mensuração de campanhas.

A expectativa com amadurecimento do mercado, e as necessidades dos profissionais de marketing justificarem os investimentos, é o surgimento de ferramentas adequadas para medir o sucesso da campanha e a performance individual dos influenciadores

03. Instagram como principal plataforma do marketing de influência

Com diversas plataformas sociais como opção, a aposta que deve dominar as verbas publicitárias brasileiras em 2018 é o Instagram

A rede social de fotos tem crescido exponencialmente nos últimos anos no mundo inteiro. De acordo com o último relatório divulgado pelo próprio Instagram, a rede ultrapassou a marca de 800 milhões de usuários no ano passado. O Brasil representa o segundo maior mercado, com mais de 50 milhões de usuários cadastrados.

Esse fenômeno tem motivado cada vez mais empresas e marcas a investirem em anúncios e campanhas na plataforma, que vem apresentando novidades constantes, como, por exemplo, a inclusão do Stories e transmissões ao vivo.

Um dado curioso é que, após a introdução das “histórias” no Instagram, o crescimento de Snapchat baixou 83%, e o Instagram ganhou ainda mais notoriedade e destaque, especialmente entre os Millennials.

Do ponto de vista de marca, se abriu um campo enorme de possibilidade para explorar essa funcionalidade, seja para transmitir uma mensagem com maior relevância ou até mesmo engajar e se relacionar com seu público de forma mais íntima.

Já para os criadores de conteúdos, funcionalidades como essa permitem desenvolver um comunicação ainda mais sólida, trazendo relevância para as marcas parceiras e desenvolvendo a relação de confiança com seu público

04. Integração com as demais estratégias de marketing

Sabemos que os conteúdos têm papel importante na jornada de compra do consumidor. Integrar o trabalho com influenciadores com as outras estratégias de marketing significa construir pontos de contato ainda mais relevantes para a marca ao longo desse caminho de interação com o cliente.

De acordo com a Forrester, o consumidor se envolve, em média, com 11,4 peças de conteúdo antes de fazer uma compra. Já um estudo da Nielsen revela que 92% dos consumidores confiam mais em recomendações feitas por indivíduos do que por marcas.

Dessa forma, o trabalho com influenciadores pode ser fundamental durante a jornada de compra, seja na etapa de consideração – através de conteúdos  educativos, reviews, tutoriais – ou na etapa de compra – incorporando cupons de desconto, links de afiliados ou até mesmo acessos exclusivos.

Por fim, o mercado percebeu que o marketing de influência alcança melhores resultados quando alinhado com outras estratégias ao longo da jornada do consumidor.

05. Parceria orientada a relacionamento

Em uma análise retrospectiva, vemos o marketing de influência ser amplamente difundido pelo que chamamos de “one shot campaign”, ou seja, a interação entre marca e influenciador são para objetivos rápidos e campanhas pontuais.

Atribuímos esse fenômeno muito a uma relação transacional baseada em compra de mídia, onde a marca enxerga o influenciador meramente como um espaço de veiculação e não como uma pessoa que emite opiniões e que interage com seu público, gerando influência e causando percepções variáveis.

Ao longo de 2017, no entanto, presenciamos de marcas e influenciadores a construção de relações genuínas, onde há respeito mútuo, confiança e cooperação. Esse tipo de parceria – orientado a relacionamento – está se tornando muito importante, pois contribui para um compartilhamento de conteúdo mais orgânico – com influenciadores geralmente representando marcas que acreditam e divulgando produtos/serviços que fazem parte do seu dia a dia.

Construir uma rede de influenciadores que pode ser ativada de forma contínua é uma ferramenta valiosa para as marcas em 2018. Lembre-se que influência é algo que se conquista, e não algo que se compra. Ao construir relacionamentos com pessoas que seus clientes confiam, sua marcar ganhará influência duradoura.

06. Surgimento de novas ferramentas para micro-influenciadores

Atualmente, a grande maioria das oportunidades de parceria atinge uma parcela mínima de influenciadores. Provavelmente, não mais que 3% dos influenciadores pensando em um cenário global. No Brasil, fatalmente, esse número é ainda menor.

E qual seria o principal motivo? Primeiro, a dificuldade em encontrar influenciadores preparados. Entende-se: possuir mídia kit atualizado, propostas de valor equilibradas, clareza de posicionamento e discernimento de como entregar valor numa parceria com a marca.

Segundo, que é particularmente mais pesado trabalhar com 15 micro-influenciadores do que com um grande influenciador. Além disso, muitas marcas ainda têm sido refratárias sobre o trabalho com influenciadores menos conhecidos.

Mas algumas estão percebendo que os micro-influenciadores podem criar conteúdo incrível e gerar um engajamento significativamente maior que os mega-influenciadores em determinados casos.

O resultado dessa combinação é o crescente surgimento de plataformas de tecnologias que buscam criar eficiência e facilitar o trabalho dessa busca de marcas por influenciadores de menor expressão.

Rodrigo Navarrete

Co-Founder na Kuak Co-fundador da Kuak, plataforma de influenciadores digitais, tem se dedicado nos últimos 4 anos ao Marketing de Influência, responsável pelo desenvolvimento e disseminação da metodologia de trabalho com influenciadores para marcas e agências.

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