Todos os dias somos surpreendidos por alguma novidade. É na farmácia, supermercado, loja, Internet, etc. O fato é que todos os dias recebemos alguma informação contemplando algo de novo, ou, ao menos, do seu desconhecimento.

A tecnologia tem contribuído muito para isso, sem dúvidas. Muitas das novidades estão alicerçadas nesse pilar. Porém, antes de haver uma mudança com base tecnológica, há uma mudança na concepção daquela ideia inicial.

E o que está por trás disso? Inúmeros fatores. Vou citar alguns: experiências vividas (sejam elas alegres, ou nem tão alegres assim!), comportamento do mercado, novas necessidades, entre outros. Agora, questiono: o que interliga todos esses fatores a uma mudança? A resposta não é tão lógica assim: processos. Isso mesmo, processos.

É justamente sobre isso que eu quero conversar com você hoje. Quer saber qual a relação de processos, BPM e inovação? Então continue lendo. Vem comigo!

Afinal, o que é uma inovação?

Antes de sair explicando sobre essa relação, é preciso entender o que é uma inovação. Parece óbvio, mas lembre-se: o óbvio não existe! Já parou para pensar na diferença entre ideia, invenção e inovação? Pois então, muitas pessoas confundem esses conceitos.

Mas ok, vamos lá:

  • Ideia é quando você gera uma concepção na sua cabeça. Todos nós temos ideias, a todo tempo. Pensamos em algo e deixamos ali, dentro da nossa cabeça, guardado.
  • Já a invenção nada mais é do que tirar essa sua ideia da sua cabeça e passar para o papel. Desenhá-la, especificá-la e prototipá-la, ou seja, você já não tem mais aquela concepção nua e crua do seu momento inicial. Você já avançou com ela. Além disso, você já provou que ela é viável de ser executada.
  • Você deve estar pensando que a inovação, então, é a execução da invenção. Certo? Errado! Mas calma, não está tão errado assim. O que eu quero chamar atenção é para o fato de que a inovação acontece quando eu transformo a invenção em algo comercialmente viável, ou seja, além de ser executável, que ela proporcione alguma vantagem competitiva e gere algum tipo retorno: pessoal, organizacional, financeiro, para a sociedade, etc.

Para ficar mais claro, vou te dar um exemplo. Hoje eu acordei e pensei “quero vender um clipe de folhas estiloso. Quero um clipe de ouro.” Por enquanto, isso é só uma ideia. Depois, eu comecei a desenhar o clipe, especificar o tamanho, a quantidade de ouro que eu quero nesse clipe, quantos clipes eu vou incluir em uma caixa, etc.

Neste momento, estou inventando o clipe. Depois, eu descobri que se eu for vender uma caixa de clipes para folhas de ouro, ela vai custar milhares de vezes mais que o clipe comum.

Resultado? Essa minha invenção não emplacaria vendas, não me traria retorno pessoal, nem financeiro, e muito menos para a sociedade. Afinal de contas, ele faria a mesma coisa que um clipe comum, e a transformação digital está aí, em alguns anos nem usaremos mais clipes mesmo…

E quais os tipos de inovação que existem?

Pois bem, como você viu na minha explicação anterior, o conceito de inovação pode ser mais complexo do que se imagina, uma vez que há alguns pontos a serem respondidos. Mesmo assim, não paramos de inovar. Mas em que estamos sempre inovando? Há, pelo menos, 3 respostas: produtos, processos e modelos de negócio.

Inovação em produtos

Talvez, essa seja a forma clássica de se inovar. Criar produtos que atendam a novos públicos e à evolução do mercado como um todo. Um produto inovador é o computador. A partir da sua criação e sua inserção no mercado, muitas das atividades que fazíamos antigamente mudaram. Ele marca uma mudança de concepção, quebra um ciclo inteiro.

Quando ele surgiu, muitas pessoas desacreditavam nele como produto, ou que um dia seria algo popular, tamanho o rompimento de conceitos que ele teve. Hoje, você se imagina sem um computador para exercer seu trabalho ou qualquer outra atividade relacionada ao seu uso? Eu apostaria que não.

Inovação em processos

Inovação em processos não é uma novidade. Podemos dizer que a inovação em processos teve seu início lá com o Adam Smith e o Henry Ford, no momento em que eles, de determinada forma, quebram o ciclo de produção de um artesão em pequenas partes, criando, assim, um trabalho processual.

Dessa forma, a inovação em processos é a base para muito do que temos hoje a nossa volta. Sem ela, viveríamos em uma realidade completamente diferente, e talvez, de forma ousada, ainda muito rudimentar.

Inovação em modelo de negócio

O pote de ouro ao final do arco-íris. Essa é a definição de inovação em modelo de negócio. Essa é o tipo de inovação que todos queremos, mas, por outro lado, a mais difícil de ser feita. Isso acontece porque aqui está envolvido mais do que concepções que temos sobre determinado produto ou serviço. Envolve quebra de paradigmas.

Como exemplo de inovação em modelo de negócio, podemos citar o Netflix, ou qualquer outro serviço de streaming. Há muitos anos atrás, era inconcebível eu ter uma assinatura de um canal, via sinal de Internet, com vídeos disponíveis para eu selecionar o que eu queria assistir, na hora em que eu queria assistir.

Hoje, isso é o básico. Note a quebra de paradigma e, consequentemente, do modelo de negócio. Não é à toa que os serviços de streaming acabaram com as vídeo-locadoras.

E o que o BPM tem a ver com tudo isso?

Antes de mais nada, se você ainda não conhece o BPM – Business Process Management, ou Gestão por Processos – eu vou apresentá-lo a você.

BPM não é uma metodologia, uma filosofia, uma ferramenta, tampouco uma religião. BPM é uma disciplina gerencial, isto é, um conjunto de conhecimentos sobre princípios e práticas de gestão por processos que você pode implementar na sua empresa.

Ele tem por objetivo entregar valor para o cliente, eliminar desperdícios e otimizar os processos.  Logo, uma empresa que adota essa disciplina, desenvolve seus processos e executa suas tarefas com maior qualidade, com menos esforço e obtém melhores resultados.

Partindo dessa concepção, fica clara a relação do BPM com inovação. A relação com inovação em processos é instantânea. Podemos afirmar que uma organização voltada para uma gestão por processos e que esteja em busca de melhoria contínuaaprimoramento, melhores resultados, simplicidade, com foco na satisfação e na experiência dos seus clientes, vai inovar no seu fluxo de atividades.

Agora, quando falamos em inovação no modelo de negócio, nem sempre essa relação é tão imediata. No entanto, não podemos esquecer que o que suporta o modelo de negócio adotado por qualquer empresa são os processos que ela executa. Ou seja, não adianta ter um modelo de negócio inovador e que quebre paradigmas se não houverem processos bem desenhados e definidos por trás.

Posso estar chovendo no molhado, mas como exemplo trago o caso da Nubank. Uma inovação forte no modelo de negócio de bancos no Brasil. No entanto, você já deve ter escutado, ou até mesmo vivenciado, uma história sobre o atendimento deles. Por que todos ficam tão impressionados com o atendimento? Porque eles têm os processos muito claros. Além disso, eles são pensados para você, cliente. Na sua experiência, na sua satisfação. Olha aí o tal do BPM de novo…

BPM como motor para a inovação

Mudar, buscar fazer melhor, ser mais eficaz é natural. Ter ideias também. Transformar isso em uma inovação já não é algo tão simples assim. Por outro lado, as inovações estão aí, a cada dia batendo em nossa porta. E outra, ninguém disse que para inovar, você precisa estar sozinho.

Agora, pensar nelas como itens isolados a processos pode ser um erro. Mesmo que sua inovação não seja em processo, lembre-se: eles é quem habilitam o modelo de negócio acontecer.

Olhando por essa perspectiva, o Business Process Management só vem a agregar. Trazer eficiência, padronizar, buscar ser mais ágil, desamarrar nós que só nos burocratizam, ter processos inteligentes, ser mais produtivo para entregar melhores resultados e, melhor e maior ainda, melhor experiência ao cliente. Isso que a gestão por processos busca, isso que o BPM instiga.

E ainda tem gente que acha que BPM não tem relação com inovação…

Para continuar aprendendo, descubra o poder da gestão da inovação nos resultados da sua empresa!

Texto criado por Letícia Mattiuz Bragagnolo, Corporate Development & Strategy Consultant na SML Brasil, em parceria com Rafael Bortolini, Diretor de P&D e Inovação na SML Brasil.

Rafael Bortoloni

Diretor de Inovação na SML Brasil Rafael Bortolini é empreendedor e Diretor de Inovação da SML Brasil, uma das principais empresas brasileiras em tecnologias para gerenciamento de conteúdo (ECM) e gerenciamento e automação de processos (BPM). Mestre em Engenharia de Produção, trabalha na implementação de Lean Startup e Design Thinking em grandes organizações e como a cultura das startups pode impactar e modificar organizações já estabelecidas.

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