Você já ouviu falar em economia compartilhada? Ainda não? Pois saiba que esse modelo econômico e de negócios está em pleno crescimento no Brasil e no mundo nos últimos tempos.
A transformação digital permitiu o desenvolvimento de uma série de ideias e projetos que não seriam possíveis sem as novas tecnologias e a globalização trazida pela internet.
Esse cenário foi uma terra fértil para o surgimento das economias compartilhadas, e hoje já podemos contar com vários cases de sucesso sobre o assunto.
Mas calma, vamos explicar direitinho do que se trata esse conceito:
O que é economia compartilhada
Também chamada de sharing economy, a economia compartilhada é uma das grandes revoluções do nosso século e responsável pelo surgimento de diversos modelos de negócio. Você pode nunca ter ouvido falar nesse termo, mas com certeza conhece empresas como AirBnB e Uber. Essas duas empresas são grandes exemplos de organizações que estão inseridas em um contexto de sharing economy.
As economias compartilhadas permitem que pessoas e entidades (ou mesmo outras pessoas) realizem a troca de ativos tangíveis e intangíveis entre elas em uma determinada escala. Essas relações de troca podem acabar tornam obsoletos o modelo de mercado atual e os acordos comerciais tradicionais.
Entretanto, ao mesmo tempo em que prejudicam grandes empresas e seus modelos de trabalho centralizados, fazem surgir uma série de oportunidades e possibilidades, eliminando intermediários que antes eram fundamentais.
Por exemplo, imagine obter um empréstimo pessoal sem passar por toda a burocracia de uma entidade financeira ou até mesmo sem contar com garantias, ou dividir o espaço de um escritório com trabalhadores de outras empresas em vez de gastar fortunas com o aluguel de uma sala logo no começo de seu negócio. Nesse contexto, é possível até mesmo alugar sua casa enquanto você viaja (AirBnb neles).
O principal diferencial dessa possibilidade de troca de recursos sob uma determinada demanda é a eficiência. Muitas vezes contamos com excesso de um recurso específico e não temos como capitalizá-lo, a economia de compartilhamento é a saída para isso, permitindo que pessoas e empresas obtenham valor de posses ou talentos ociosos.
Contudo, mesmo que antes da transformação digital isso também fosse possível, utilizando mídias tradicionais, como anúncios de jornal, o alcance era muito limitado. Hoje, a democratização do acesso à internet e as novas tecnologias permitem a escalabilidade e, logo, a revolução que vivemos atualmente
Como ela funciona
As pessoas estão no centro das comunidade de economia compartilhada. O que sustenta a sharing economy é uma determinada demanda do mercado sendo atendida por meio de serviços e produtos ociosos.
Podemos tratá-la como uma economia popular, tendo como participantes indivíduos, empresas, governos e organizações em geral, buscando formas de compartilhar seus recursos de maneira mais eficiente.
Ou seja, todos que participam da comunidade se beneficiam de alguma forma, seja encontrando melhores preços por algo que lhes era necessário, seja por capitalizar um recurso ocioso, seja por utilizar um produto apenas quando lhe convém (em vez de comprar, usar pouco para deixá-lo parado a maior parte do tempo).
Em um economia compartilhada, todos os integrantes colaboram e produzem, distribuindo as atividades pessoa a pessoa — fato também chamado de Peer-to-Peer —, sem a necessidade de intermediários. A negociação fica a cargo dos participantes que buscam fechar o negócio.
Benefícios
Existem três vantagens simples que surgem com o uso das economias compartilhadas, e vamos falar um pouco sobre cada uma delas aqui:
Menor custo
O principal ponto é um custo muito menor para se ter acesso a um determinado recurso. Como não é preciso comprá-lo, já que existe apenas um uso provisório e não há nenhum tipo de intermediário, quem precisa do serviço ou do bem acaba economizando.
Além disso, como não ocorre a compra direta de um item, não há a necessidade de gastar mais do que o necessário. Por exemplo, se você viaja de uma cidade para a outra uma vez por mês, não faz sentido comprar um carro, pois não o usará no restante do tempo. A solução seria uma carona compartilhada.
Capitalização de ativos
Quem compartilha seus bens também é diretamente beneficiado, pois consegue uma renda extra e a capitalização de um recurso que até então não estava sendo utilizado, ou que não seria necessário naquele momento.
Imagine, por exemplo, que uma empresa compre uma determinada máquina para um trabalho, mas após algum tempo, ela não tem mais utilidade no negócio. Esse investimento não terá retorno. Porém, a mesma organização pode alugar essa máquina para outras empresas e capitalizar esse bem, gerando renda recorrente.
Fortalecimento de uma comunidade
Quanto mais se usa a economia compartilhada, mais confiança existe entre a comunidade, os laços se estreitam e os serviços e produtos à disposição melhoram, assim como a demanda.
Ou seja, com o fortalecimento da comunidade de economia compartilhada, todos os seus participantes também saem ganhando. Por isso, é comum que todos na rede façam de tudo para garantir a boa experiência uns dos outros.
Quais são os panoramas atuais da sharing economy na América Latina e no Brasil
A América Latina é um celeiro de inovação. As dificuldades encontradas para fazer negócio e as limitações de infraestrutura acabaram impulsionando o surgimento de startups voltadas para a construção e a exploração de economias compartilhadas.
No último ano, apenas no Brasil, foram fundadas 32 empresas com foco em sharing economy. O segundo país com maior geração de organizações desse tipo foi o México e o terceiro a Argentina.
O estudo chamado “Economía colaborativa en América Latina”, responsável pelos números acima, ainda apurou que o maior foco dessas novas startups é o setor de serviços, com 26%. Em segundo lugar está o setor de transporte, com 24%, e em terceiro, o aluguel de espaços físicos, com 19%.
Cases de sucesso
Hoje, são vários os exemplos de economia compartilhada de sucesso no mundo. Vamos apenas listar algumas das empresas mais conhecidas:
- AirBnB: plataforma de aluguel de residências em modelo Peer-to-Peer;
- Taskrabbit: plataforma que permite a contratação dos mais variados serviços;
- Getaround: plataforma de compartilhamento de veículos entre pessoas da comunidade e vizinhos;
- Lyft: plataforma semelhante ao Uber, focada em caronas e compartilhamento de veículos;
- Tem açúcar?: plataforma brasileira que permite a troca de qualquer tipo de coisa entre vizinhos.
A economia compartilhada é o futuro dos modelos de negócios e de todo o mercado. A transformação digital apenas começou e, a partir de agora, ela continuará facilitando o surgimento de novas oportunidades para todos que se adaptarem a este novo cenário.