Tradicionalmente, a Black Friday é The Day After Thanksgiving (O Dia Após a Ação de Graças).
Um dos feriado mais importantes dos Estados Unidos, o Dia de Ação de Graças nasceu para agradecer a época de colheita do país, e se tornou comum por lá aproveitar o despencamento de preços – nas mais variadas lojas de varejo – no dia seguinte à data.
E no Brasil?
Por aqui, a Black Friday chegou há 7 anos: não se aproveitando de um feriado nacional, mas sim como uma iniciativa do setor varejista para dar um boom nas vendas através de grandes promoções.
Nestes 7 anos, muita coisa mudou. Deixamos de lado a “Black Fraude” – onde varejistas jogavam o preço de seus produtos lá no alto alguns dias antes para depois vendê-los pelo preço padrão – e elevamos a data ao status de concorrente do Natal em número de vendas.
Tanto é que, neste ano, o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) teve que vetar o pedido de algumas lojas para que a data fosse antecipada, evitando que as vendas natalinas fossem comprometidas.
Mas o que tudo isso significa em números?
O case de sucesso chamado Black Friday Brasil
Vamos direto ao ponto: os organizadores da Black Friday Brasil preveem que, em 2017, o evento deva movimentar R$ 2,2 bilhões.
Isso significa uma alta de 19% em relação ao ano passado. Tudo apenas na sexta-feira, 24 de novembro (fica a dica para os desavisados).
Se contarmos todo o fim de semana em que o evento se estende, a partir da noite de quinta-feira (23/11), podemos chegar a mais de 2,7 bilhões de reais.
Case de sucesso ou não, meus amigos?
Segundo a equipe de Insights do Google, 71% dos e-Shoppers brasileiros, ou seja, consumidores de e-Commerce nacionais, já aproveitaram a data para realizar compras pelo menos 1 vez nos últimos 7 anos.
O ranking de acessos aos sites varejistas deve ser liderado pelos seguintes estados:
- São Paulo (35%), com faturamento superior a R$ 800 milhões;
- Rio de Janeiro (12%);
- Minas gerais (11%);
- Paraná (6%)
- Rio Grande do Sul (5%).
Para entender por que a medição de acessos é tão importante, é preciso entender a jornada que a Black Friday percorreu por aqui até atingir os números citados acima.
Uma história escrita por consumidores digitais
Seguindo a contramão do que aconteceu nos EUA, a Black Friday Brasil começou pelo meio digital e só mais tarde chegou às lojas físicas.
Claro que, como aconteceu na internet, a data foi muito bem aceita pelos consumidores offline. O Waze comprova esse fato em números: na sexta-feira de Black Friday, o trânsito tende a aumentar, em média, entre 50% a 60% na região de grandes lojas varejistas.
Contudo, não podemos deixar de afirmar que a data foi cravada no Brasil graças ao consumidores digitais, mostrando a força do e-Commerce no Brasil e nosso alto potencial para a Transformação Digital.
Com este cenário em mente, é possível enxergar um grande desafio: a experiência do cliente.
Ter milhões de acessos em um único dia significa servidores robustos e preparados para tal. Afinal, esperar um ano inteiro pela Black Friday e ver seu sonho indo pelo ralo quando o site do varejista cai pode significar nunca mais comprar com ele – além da propaganda negativa nas redes sociais, sempre bom lembrar.
Entretanto, os varejistas brasileiros vêm mostrando nos últimos anos que sabem transformar problemas em oportunidades: o digital permite estabilizar os acessos e evitar grandes picos fazendo promoções de Black Friday que duram uma semana ou mesmo um mês inteiro – uma opção que no offline, provavelmente, seria vista como apenas mais uma ação promocional pouco atraente.
Nesta data, utilize Data
Como destacamos há algum tempo em um artigo especial sobre a Transformação Digital no Varejo, uma das vitórias da era digital é poder se munir de informações para atingir o público de maneira otimizada.
Em uma data tão importante como o Black Friday, é de suma importância que os varejistas entendam os dados coletados sobre seu público para aumentar ainda mais as vendas oferecendo experiências únicas ao usuário.
Conhecendo os hábitos de consumo de seus mais variados clientes antes do evento, as empresas podem resolver os gaps entre buscas e intenção de compra, além de oferecer compras casadas para todos os tipos de produto.
O pai de família que compra uma Smart TV pode muito bem levar um Home Teather também, caso o produto seja oferecido em conjunto por uma valor promocional. Assim como uma jovem universitária pode acabar levando uma escrivaninha na compra de um novo notebook, sem nunca ter pensado nessa aquisição antes.
É tudo uma questão de entender seu público e oferecer soluções exclusivas para cada caso. Algoritmos, caro leitor!
O passo seguinte é o pós-evento. Foque seus esforços em entender os resultados alcançados, coletando informações cruciais para transformar em estratégia no ano seguinte.
No mais, não se esqueça que além de pessoa jurídica, você também é uma pessoa física. Utilize ferramentas que comparam os valores de um mesmo produto em diversos sites (mais uma vitória da Transformação Digital, obrigado), leia as avaliações dos consumidores para conhecer melhor a loja (ou concorrente – como você preferir chamar) e boas compras!
Para colocar os aprendizados em prática e utilizar as ferramentas digitais a seu favor, entenda a fundo como funciona o Big Data na Transformação Digital.