De acordo com o CIO.com, o desperdício é uma das principais preocupações para empresas de todos os portes. Para solucionar o problema, o Lean Six Sigma foi desenvolvido como um método de melhoria de desempenho, reduzindo sistematicamente os resíduos e variações em produtos e serviços. Dessa forma, o sistema contribui para a melhoria dos processos e correção das ineficiências, otimizando a produtividade e impulsionando valor e economia de recursos.

Os oito tipos de resíduos

O foco principal do Lean Six Sigma é a redução do desperdício. Para isso, a metologia categoriza oito tipos de resíduos: defeitos, superprodução, espera, talentos não utilizados, transporte, inventário, movimentação e processamento extra. Quando as organizações conseguem reduzir essas formas de desperdício, os problemas podem ser resolvidos mais rapidamente e, consequentemente, os resultados são potencializados.

– Superprodução: inclui todos os produtos excedentes produzidos além do que a empresa realmente necessita, gerando desperdício de tempo e esforço.
– Talentos não utilizados: organizações colocam pessoas em cargos para os quais não foram treinadas.
– Transporte: cobre todo o tempo gasto entre a realização de um pedido e seu envio ao cliente.
– Inventário: mercadoria em estoque, na espera de ser comercializada.
– Movimentação: esforços de trabalhadores ou máquinas.
– Espera: cria estoque excedente e não tem valor agregado.
– Processamento extra: excedente de recursos, peças ou produtos, incluindo itens rejeitados ou com defeitos que precisam ser descartados ou refeitos.
– Defeitos: defeitos na fabricação de produtos. Pode ocasionar outros resíduos, como superprodução, transporte e processamento extra.

Princípios do Lean Six Sigma

Por combinar dois métodos diferentes (Lean e Six Sigma), o Lean Six Sigma tem um conjunto de princípios específicos:

– Trabalhar para o cliente: assegurar que quaisquer mudanças implementadas beneficiem o cliente e ofereçam o mais alto padrão de qualidade conforme as demandas do mercado.
– Encontrar o problema e manter o foco: evitar distrações com outros problemas enquanto é necessário trabalhar na correção de processos na organização. Determinar o problema a ser abordado e manter o foco nele é fundamental.
– Eliminar variações: otimizar os processos encontrando maneiras de reduzir defeitos. Simplificar os processos ajuda as empresas a permanecerem eficientes e a manter a qualidade.
– Treinar a equipe e se comunicar com clareza: a implementação de uma estratégia Lean Six Sigma pode criar uma sensação de caos na empresa. Por isso, é imprescindível assegurar que todos estejam treinados e preparados para o trabalho.
– Ser flexível e responsável: ao embarcar no projeto Lean Six Sigma, muitas empresas precisam refinar sua abordagem e coordenar a sua estratégia. Pensando nisso, os idealizadores devem ser ágeis e flexíveis durante o processo para que os melhores resultados sejam obtidos.

Lean Six Sigma Belts

Utilizando referências das artes marciais, o Lean Six Sigma trabalha com uma escala de experiência. Nela, os praticantes recebem títulos “belt”, como faixa branca, amarela, verde e preta. Esses títulos são atribuídos conforme a experiência do participante até que o nível final seja atingido: o de campeão.

White Belt: os profissionais White Belts são iniciantes no Lean Six Sigma. Durante essa fase, eles devem conhecer os fundamentos da metologia, incluindo sua estrutura básica e seus objetivos.

Yellow Belt: como Yellow Belt, o profissional precisa entender profundamente os princípios do Lean Six Sigma. Nessa fase, eles também participam das equipes de projeto e recebem novos treinamentos.

Green Belt: o profissional é responsável por iniciar e gerenciar projetos Lean Six Sigma e por fornecer treinamento para os White e Yellow Belts. Nessa fase, o praticamente deve ter entendimento detalhado da metologia.

Black Belt: como Black Belt, o profissional tem conhecimento avançado do Lean Six Sigma. Nesse momento, ele é visto como mentor e líder de projeto.

Master Black Belt: o profissional é responsável pela implementação e condução de mudanças culturais necessárias. Nessa fase, ele trabalha diretamente com a liderança executiva e deve treinar, orientar, monitorar e liderar projetos Lean Six Sigma.

Campeão: a principal atribuição do campeão é ajudar a identificar e selecionar os projetos certos e, em seguida, garantir que as equipes tenham o apoio necessário para alcançar o sucesso.

Como integrar o Lean e o Six Sigma?

Integrar o Lean e o Six Sigma é relativamente simples, principalmente em empresas que já utilizam um ou o outro. Segundo os especialistas, é provável que a maioria das empresas já usa algum tipo de Lean nas práticas diárias de seus negócios, mesmo que não deem um nome para o método.

O Lean foi originalmente emprestado da fabricação, onde foi usado como método de negócios para melhorar o processo, reduzir defeitos e desperdícios. O Six Sigma também nasceu como uma metologia de negócios operacionais, ajudando a agilizar processos em grandes organizações.

A American Society for Quality (ASQ) explica que as implementações bem sucedidas começam com a abordagem Lean, que aumenta a eficiência e a produtividade dos negócios, independentemente dos problemas do processo. Depois, as dificuldades podem ser resolvidas com ferramentas mais técnicas do Six Sigma.

A ideia é usufruir do melhor das duas metologias para construir uma estratégia de melhoria de processos de TI. Isoladas, há pontos fracos em ambas, mas quando combinadas são capazes de eliminar essas lacunas.

De acordo com o Business Process Management Institute, o Six Sigma “elimina defeitos”, mas não “aborda a questão de como otimizar o fluxo do processo. Da mesma forma, o Lean pode oferecer uma visão superficial dos defeitos dos processos de sua organização e a metodologia carece das “ferramentas estatísticas avançadas, muitas vezes necessárias para alcançar as capacidades do processo necessárias para ser verdadeiramente ‘enxuta’”.

O fato é que as estratégias de cada organização serão diferentes na hora de integrar e implementar o Lean e o Six Sigma. O Lean usa ferramentas menos técnicas, organização do ambiente e estabelece outros controles. Já o Six Sigma conta com ferramentas complexas, como análise de dados estatísticos, projetos de experimentações e testes de hipóteses. Assim, algumas empresas podem precisar mais do Lean, enquanto outras podem se beneficiar de uma expansão de análises mais profundas com o Six Sigma.

Certificação e treinamento

Há diversas maneiras de obter certificação em Lean Six Sigma. Nas grandes empresas, é provável que haja um sistema interno para testar e certificar seus colaboradores. Além disso, universidades e outras instituições de ensino oferecem cursos online. Outra forma é através da Associação Internacional de Certificação Six Sigma (IASSC), que oferece testes de certificação, bem como um guia de estudo gratuito para ajudar os interessados na preparação para o exame.

tecnologia-da-informacaoTecnologia da Informação
Gestão Inovação Mercado Transformação Digital O que as diretorias precisam saber sobre transformação digital?
Tecnologia Bitcoin consome mais energia do que toda a população da Suíça