A Samsung deu um importante passo para o que podem ser os deepfakes do futuro. De acordo com informações divulgadas pelo Ars Technica, a gigante da tecnologia conseguiu criar um deepfake com apenas uma imagem de referência.
Até o momento, vídeos e áudios de deepfakes eram desenvolvidos com base em um modelo neural amplamente treinado, o que incluía material diverso para se chegar ao resultado final. No entanto, o centro de inteligência artificial da Samsung treinou seus algoritmos a partir de pontos faciais demarcados, criando vídeos de figuras clássicas e personalidades históricas bastante realistas. Entre o material divulgado pelos pesquisadores estão deepfakes da Monalisa, Marilyn Monroe, Salvador Dali, Albert Einstein e Fiódor Dostoiévski.
Apesar do avanço da tecnologia desenvolvida pela Samsung, a criação de deepfakes ainda é assunto questionado pelo público. Há receios sobre a finalidade do uso dessas inteligências artificiais. O medo não é infundado, já que os deepfakes ganharam a atenção do público no final de 2017, quando foram publicados vídeos falsos pornográficos de celebridades na internet.
Os primeiros exemplos de deepfakes envolviam ferramentas capazes de inserir um rosto em imagens já existentes, quadro a quadro, o que rapidamente se expandiu para a divulgação de conteúdos falsos de personalidades da TV e figuras políticas. Apesar disso, especialistas não acreditam que a tecnologia por trás dos deepfakes será disseminada para o público em geral a curto, médio ou longo prazo. A criação de vídeos falsos de qualidade custa caro e exige conhecimento técnico avançado, barreiras que não devem desaparecer tão cedo.
Seja como for, preocupações sobre o uso malicioso desses avanços deram origem a debates sobre o uso dos deepfakes para manipulação política. O receio é que vídeos falsos de figuras públicas sejam utilizados para moldar a opinião do eleitorado, interferindo na democracia. Essa possibilidade já mobilizou as autoridades, que estão investindo em automações para identificar deepfakes antes das eleições de 2020 nos Estados Unidos.
E você, o que acha sobre o assunto?