Tenho certeza que o começo da sua vida acadêmica, desde os primeiros passos, foi iniciado no famoso modelo de ensino tradicional, regado a metodologias baseadas na “decoreba” (aquilo que é martelado incessantemente na sua cabeça) desde o alfabeto, onde era preciso passar o lápis por cima das linhas pontilhadas, praticando e aprendendo as letras formais e cursivas.

Alguns anos para frente (2ª a 4ª série), acredito que você também tenha se deparado com algumas ferramentas medievais como um ábaco (inclusive, Top 5 dos termos mais buscados no Google em 2017) por exemplo, com intuito de ajudar nas aulas de matemática.

A partir da 5ª série, a complexidade aumentou e vieram matérias como física e química, enquanto a matemática foi ficando mais difícil (lembra da famosa fórmula de Bhaskara? Aposto que não).

Tudo isso é pra esclarecer como o modelo tradicional de ensino vem gritando por mudanças e já está obsoleto há muito, mas muito tempo.

Imagine que, de todas as gerações, a que hoje inicia a vida acadêmica já nasceu digital, o cordão umbilical é praticamente um cabo USB.

Resumidamente, assim como eu, você leitor também pode ter sido fruto de um modelo de ensino tradicional desde o jardim de infância, mas isso está mudando com a Transformação Digital.

Conteúdos Digitais e EAD já são realidades consolidadas

Steve Jobs, criador da Pixar e ex-CEO da poderosa Apple, além de todo o avanço que trouxe às animações gráficas e tecnologia dos smartphones e tablets, deixou um excelente legado na educação que pouca gente conhece.

Na Holanda, mais de 7 escolas adotaram as metodologias chamadas Steve Jobs School. Saem os quadros negros, livros e cadernos, e entram os tablets, ferramentas utilizadas para trabalhar o senso crítico e cognitivo das crianças (4 a 12 anos) através de aplicativos móveis.

Os devices são preparados e específicos para o uso do ensino, e os alunos podem inclusive levar pra casa e acessar todo o conteúdo aprendido… Lições de casa não realizadas podem ganhar uma nova desculpa: acabou a bateria!

Ainda em passos menos acelerados, o Brasil tenta através das escolas particulares uma mudança de mindset de todo o corpo estudantil, desde diretores, passando por professores e alunos.

No Colégio Bandeirantes em São Paulo, por exemplo, os celulares são usados por alunos do ensino médio em algumas aulas de um projeto interdisciplinar, o Steam (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, na sigla em inglês).

Em uma delas, os estudantes utilizam o aparelho para buscar mais informações sobre obras de artes. As imagens de quadros são dispostas pela sala e, ao mirar o aparelho para elas, o aluno pode visualizar vídeos, áudios e outras informações. O objetivo desse adoption é melhorar a compreensão e absorção de conteúdo dos alunos da forma mais próxima da realidade deles .

Quando olhamos o mercado acadêmico em faculdades, o movimento do EAD (Educação a distância) já é uma realidade consolidada. As primeiras aulas de EAD são de 1995 para cursos profissionalizantes como Pedagogia e Engenharia através de vídeos gravados por profissionais e professores.

Com o avanço da tecnologia aplicada à educação e a massificação dos devices, o movimento se tornou cada vez mais forte no país, principalmente por alguns motivos pontuais:

  • Flexibilidade: você pode realizar um curso de curto a médio prazo em qualquer lugar que estiver e, em alguns casos, é você quem gerencia seus horários de aula;

 

  • Custo/Benefício: geralmente os cursos em formato EAD possuem custo de investimento muito menor que o presencial, por não precisar de uma estrutura física e materiais escolares, são uma excelente oportunidade para quem está buscando educação com baixo custo;

 

 

  • Interatividade: aulas por videoconferência com horários pré-determinados já são realizados em grandes faculdades. Ferramentas completas onde suas dúvidas são compartilhados de forma online.

 

Em julho de 2018, a revista Veja estimou que aproximadamente 1,5 milhões de alunos realizam cursos a distância no Brasil. Um número que aparentemente tem crescido cada vez mais (inclusive, sendo discutido como solução na diminuição de custos pelo governo eleito no Brasil em 2019).

Fato é que os antigos modelos de ensino (cada vez mais contestados) vem dividindo atenções com as ferramentas digitais no Brasil e no mundo, isso quando falamos de cursos profissionalizantes, faculdades, MBA’s, etc, em que o baixo custo é o grande chamariz.

Quando se trata de ensino  fundamental, é importante destacar que a tecnologia serve como suplemento do ensino, pois ainda não é capaz de substituir atividades manuais que auxiliam na formação de um aluno e indivíduo, como, por exemplo, a coordenação motora da escrita na infância, fator essencial em toda sua formação.

Não podemos esquecer que criatividade e didática de um professor é o maior diferencial de uma educação de qualidade, mas a tecnologia agrega valor a esses profissionais e a um modelo de ensino enraizado, tornando cada vez melhor as formas de educação do Brasil e no mundo.

Felipe Albuquerque

Team Lead no Itaú | Unibanco Participou da revolução digital em grandes companhias como Bradesco, Latam Airlines e Vivo. Seu objetivo é disseminar que o Digital é um caminho sem volta, e que pode ser aplicado em qualquer área da sua empresa.

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