Você já sabe que a transformação digital das empresas é só uma questão de tempo e que se a sua organização não acompanhar as mudanças, ela pode deixar de existir.

Mas, inserir a transformação digital na cultura organizacional pode se tornar um desafio e tanto. Neste post você vai entender o papel de protagonismo da cultura e estrutura organizacional para que a transformação digital possa ser trilhada com sucesso.

Para que a sua transformação digital seja bem-sucedida a longo prazo, seu desempenho tem que ser perfeito. E, embora uma estratégia digital forte seja essencial, você precisa de uma cultura favorável à sua execução. Ou seja, para obter essa perfeição, a sua organização deve ter a cultura certa.

“Organização”, neste contexto, significa muito mais do que a estrutura real da empresa, com sua hierarquia de responsabilidades e departamentos. A organização, num mundo de transformação digital, inclui a cultura do trabalho e o conjunto de práticas e atitudes que são fundamentais para a execução de transformações digitais.

O desafio da transformação cultural

Não é fácil para as empresas já estabelecidas alcançarem a cultura organizacional ideal para uma transformação digital. As deficiências na cultura organizacional são algumas das principais barreiras ao sucesso das empresas nesta nova era.

Uma pesquisa realizada pela McKinsey&Company indicou que o principal gargalo nas transformações digitais é a falta de uma cultura forte e comum. Um quarto das empresas pesquisadas relatou que seu maior desafio é uma cultura avessa ao risco e à experimentação, enquanto outros 20% acham que a falta de uma compreensão comum da cultura da empresa é um impedimento importante para o sucesso digital.

A pesquisa da McKinsey destacou três deficiências de cultura digital:

  1. Silos funcionais e departamentais;
  2. Medo de correr riscos;
  3. Dificuldade em formar e atuar em uma visão única do cliente.

Cada obstáculo é uma dificuldade de longa data que se tornou mais onerosa na era digital. Quando há a aversão ao risco, diminui-se o investimento em oportunidades estratégicas — resultando em respostas lentas às mudanças rápidas das necessidades dos clientes e à dinâmica do mercado.

Quando falta uma compreensão unificada dos clientes, as empresas lutam para mobilizar funcionários em torno de pontos de contato integrados, jornadas e experiências consistentes, ao mesmo tempo em que não discernem onde melhor posicionar suas apostas à medida que o digital amplia a escolha do cliente.

E quando os silos organizacionais  — partes paralelas do organograma que não se cruzam  — caracterizam a organização, as respostas às necessidades dos clientes que evoluem rapidamente são muitas vezes estreitas, com os sinais-chave perdidos ou agendados com muita lentidão, simplesmente porque foram vistos pela parte errada da empresa.

A importância da transformação digital na cultura organizacional

Preparar-se para um futuro digital não é uma tarefa fácil. Significa desenvolver capacidades digitais nas quais as atividades, as pessoas, a cultura e a estrutura de uma empresa estão em sincronia e alinhadas com um conjunto de objetivos organizacionais.

Grande parte das empresas, no entanto, são limitadas pela falta de recursos, pela falta de talento e pela necessidade de atender a outras prioridades. Dessa forma, os executivos gerenciam iniciativas digitais que tomam a forma de projetos ou se limitam a atividades dentro de uma determinada divisão, função, ou canal.

Apesar disso, algumas empresas estão transcendendo essas restrições, alcançando recursos digitais que atravessam a empresa.

A pesquisa apontou, ainda, que quase 90% das organizações que amadurecem digitalmente, ou seja, empresas nas quais a tecnologia digital transformou processos, engajamento de talento e modelos de negócios, estão integrando sua estratégia digital com a estratégia geral da empresa.

Os gerentes nessas empresas de maturação digital são muito mais propensos a acreditar que estão se preparando adequadamente para as rupturas da indústria decorrentes das tendências digitais.

Uma descoberta chave no estudo da McKinsey é que as organizações que amadurecem digitalmente têm culturas organizacionais que compartilham características comuns. Esses recursos aparecem de forma consistente em empresas que se transformam digitalmente em diferentes setores industriais.

Como adequar a cultura organizacional para a transformação digital

Você deve estar se perguntando: como fazer para alinhar a cultura organizacional à minha estratégia digital? Você pode começar por priorizar as três áreas a seguir:

1. Liderança Ativa

Uma transformação digital completa precisa de um suporte ativo das altas lideranças ao longo da jornada. Este suporte de cima para baixo, no entanto, tem que ir além do executivo-chefe. Uma solução seria começar colocando um diretor oficial digital responsável pela agenda digital completa, com a incumbência de treinar e orientar as demais lideranças.

A cultura em mudança exige um suporte para um fluxo de reinvenção digital através da hierarquia de gerenciamento até todos os funcionários da linha de frente, de modo que a pirâmide organizacional completa seja sintonizada com a digital.

Todos os líderes precisam mudar o seu estilo de tomador de decisões de cima para baixo para treinador. Além disso, líderes corporativos precisam de uma visão forte das oportunidades digitais da empresa e experiência na área digital, que lhes confere credibilidade perante os funcionários.

2. Integração entre todas as áreas

As organizações digitais removem os silos entre departamentos, funções e linhas de relatórios, criando equipes multifuncionais auto-organizadas, não hierárquicas e habilitadas para executar projetos do início ao fim.

Os transformadores digitais criam as chamadas equipes de “esquadrão”, flexivelmente implantadas em toda a organização e focadas em atendimento de ponta a ponta, em vez de serem trancadas em um único departamento ou função.

3. Riscos Calculados

Em um mundo digital, um dos maiores riscos está em não correr riscos. As empresas que ficam paradas são as que mais sofrem com a interrupção digital. De fato, as organizações que têm altos níveis de maturidade digital tendem a recrutar líderes abertos a iniciativas arrojadas e, portanto, arriscadas.

Tomar riscos não significa que você deve correr algum risco. A quantidade de risco geralmente depende do tamanho do investimento em jogo. O digital abre a porta para executar múltiplas experiências em pequena escala que implicam um custo limitado em caso de falha, mas podem produzir descobertas altamente valiosas.

Sem a cultura certa, a reinvenção do seu negócio para a era digital provavelmente falhará. Os líderes não conseguirão a velocidade e a agilidade de que necessitam, a menos que criem culturas organizacionais que funcionem bem em todas as funções e unidades de negócios, corram riscos e se concentrem obsessivamente nos clientes.

A transformação digital na cultura organizacional não é sobre tecnologia, é sobre agilidade organizacional. Portanto, a cultura organizacional desempenha um papel vital na transformação digital de qualquer negócio.

Se você gostou deste post, certamente irá gostar do nosso artigo que afirma que a transformação digital é sobre pessoas, não sobre tecnologia.

Eduardo Wolkan

Cofundador do TransformaçãoDigital.com. Eduardo Wolkan é bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com ênfase em marketing e comportamento do consumidor. Entusiasta do meio digital e fascinado pela internet, fez do hobby sua profissão e hoje atua com projetos de transformação digital para empresas tradicionais.

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